Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Mendes, Juliana Viana |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100132/tde-26102022-170308/
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Resumo: |
Introdução: O sistema molecular de temporização circadiana envolve genes conhecidos como genes relógio, tais como o gene PER3. Estes genes são associados à regulação de processos como a adaptação ao ciclo claro/escuro ambiental, ao ciclo sono/vigília e ao ciclo de temperatura corporal. Estudos demonstram a associação entre um polimorfismo de repetição (VNTR) do gene PER3 com os cronotipos e com a ocorrência de distúrbios de ritmos circadianos. Objetivo: Investigar as possíveis relações entre o perfil de sono, o perfil do ritmo atividade/repouso, o metabolismo e o polimorfismo de repetição VNTR do gene PER3. Materiais e métodos: O estudo foi realizado em uma amostra universitária da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo em duas etapas: na primeira etapa, realizada em 2019, 513 alunos tiveram amostras de salivas coletadas e todos foram genotipados (de acordo com os três genótipos possíveis: PER34/4, PER34/5 e PER35/5) para o polimorfismo de repetição VNTR do gene PER3. Nesta etapa, dados antropométricos e de hábitos de sono foram coletados via questionário on-line; na segunda etapa, durante a pandemia de COVID-19, dados de antropometria, dados de sono e de atividade motora foram obtidos de uma subamostra de 81 alunos, somente dos genótipos PER34/4 e PER35/5, que concordaram em utilizar actígrafos de punho. Resultados: Na primeira etapa do estudo, 467 indivíduos (91,03% da amostra inicial) tiveram seu genótipo identificado: 196 eram PER34/4, 212 eram PER34/5 e 59 eram PER35/5. Na segunda etapa do experimento, 48 sujeitos PER34/4 e 33 sujeitos PER35/5 utilizaram um actígrafo de punho por, em média, 15 dias consecutivos. Os horários de início e término do sono dos no grupo PER35/5 ocorreram mais tarde do que os do grupo PER34/4, o mesmo ocorrendo com a meia-fase de sono dos dias de estudo (MSW) e dos dias livres (MSF), e com a meia-fase de sono corrigida pelo débito de sono acumulado ao longo da semana (MSFsc). Apesar das diferenças de fase encontradas entre os grupos PER34/4 e PER35/5, não foram encontradas diferenças na duração de sono e no jetlag social. Contudo, o grupo PER34/4 apresentou, em média, maior rebote de sono quando comparado aos PER35/5. O grupo PER35/5 apresentou menor estabilidade circadiana (IS) e maior fragmentação (IV) do ritmo atividade/repouso do que o grupo PER34/4. Não houve associação entre a variação do IMC ao longo do tempo (IMC) e as variáveis de sono. Foi observada uma correlação estatisticamente significativa entre IMC e a estabilidade interdiária (IS) (r=-0,279; p=0,027) considerando-se todos os indivíduos; apenas no grupo PER34/4 foi encontrada uma correlação significativa entre IMC e a variabilidade intradiária (IV) (r=0,375; p=0,022). Conclusão: Os achados do presente estudo mostram que há associações entre gene PER3, sono, ritmos circadianos e aspectos do metabolismo. De forma geral, encontramos que o gene está ligado à expressão dos horários de sono e da fase do ritmo de atividade/repouso, e que há também uma mediação gênica de aspectos do metabolismo ligados ao IMC, em função de uma disrupção rítmica. Os experimentos aqui realizados contaram com o cenário da pandemia de COVID-19, o qual deve ser considerado como um elemento ambiental com potencial atuante nos resultados obtidos |