Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Ikeda, Helen Rose Takahashi |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/103/103131/tde-20042021-162417/
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Resumo: |
O conceito de Autenticidade no campo da Museologia abarca aspectos multifacetados a serem considerados no estudo do bem cultural. O processo de Musealização da coisa em si para se tornar no Objeto Museal deveria estar fundamentada na materialidade do objeto, fonte de inúmeros subsídios enriquecedores para abordagem conceitual, formal e estética do bem cultural. Nesta Dissertação, a caracterização da materialidade revelou marcadores cronológicos (impressões digitais únicas) historicamente consistentes com o papel e tinta de duas aquarelas, uma atribuída ao artista Paul Klee e a outra de Paulo Cláudio Rossi Osir (1921). As pesquisas foram realizadas utilizando técnicas de análises físico-químicas (Micrografias, SEM-EDS, XRF e Microscopia Raman) e os resultados experimentais identificaram substâncias químicas presentes na aquarela atribuída a Paul Klee, tintas, extenders e cargas, todos compatíveis com o período analisado (meados do século XX): os pigmentos azul ultramar, azul da Prússia, amarelo de cromo, preto carvão, vermelho PR4 e os corantes alizarina e verde de malaquita. Corroborando estas informações, a composição fibrosa do papel da obra é exclusivamente fibras de algodão. No caso da aquarela de Osir, foram identificados tintas, extenders e cargas, também todos compatíveis com o período (1921): azul ultramar, azul de cobalto, azul cerúleo, azul da Prússia, ocre vermelho, e outros subsídios que não puderam ser investigados em profundidade, devido à pandemia de covid-19, que restringiu os deslocamentos durante todo o ano de 2020. Nesta segunda aquarela, a complexidade e heterogeneidade das tintas, como a presença de espinélio (MgAl2O4), está muito provavelmente relacionada ao método de síntese de pigmentos azuis feita por calcinação. A composição fibrosa do papel da aquarela de Osir foi identificada como mistura de algodão e gramínea (esparto). Verificou-se, portanto, que a Autenticidade de um bem cultural como testemunho documental histórico está intrinsecamente associada à sua materialidade como artefato cultural situado em um determinado tempo e espaço geográfico. Esta abordagem contribui de forma ampla e enriquecedora para o estudo da autenticidade do bem cultural , com enfoque recente e comprovadamente eficaz, substancialmente consistente dentro da cadeia operacional museológica para identificação e classificação do Objeto Museal. |