Armadilhas extracelulares de neutrófilos na gênese e desenvolvimento da lesão periapical induzida experimentalmente em camundongos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Massoni, Vivian Vicentin
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/58/58135/tde-23102023-171334/
Resumo: O objetivo do presente estudo foi avaliar a participação das armadilhas extracelulares de neutrófilos em lesões periapicais induzidas experimentalmente em camundongos wild-type (WT). Para o estudo, foram utilizados 55 animais com 6 a 8 semanas de idade, pesando em média 20 gramas. Com exceção dos animais do período controle (dia 0), todos os demais do grupo experimental apresentaram lesões periapicais induzidas nos primeiros molares mandibulares e foram avaliados após 2, 5, 7, 21 e 42 dias. Após os períodos experimentais, os animais foram eutanasiados, sendo as hemi-mandíbulas direitas dissecadas para posterior análise microscópica por meio de coloração hematoxilina e eosina (HE) (descrição do tecido pulpar e das regiões apical e periapical), histomorfometria em microscopia de fluorescência (mensuração das lesões periapicais), recrutamento de neutrófilos polimorfonucleares na região periapical e imuno-histoquímica (expressão de mieloperoxidase, elastase, PAD4, catepsina G e histona H3 citrulinada). Além disso, as hemi-mandíbulas esquerdas foram submetidas a técnica de biologia molecular RT-PCR para avaliar a expressão gênica de PADI4, MPO, ELANE, H3C1 e CTSG. Os dados numéricos foram analisados por meio dos programa computacional GraphPad 7, sendo empregados os testes: Kruskal-Wallis, ANOVA , Dunn e Mann-Whitney. Todas as conclusões relativas à parte inferencial foram realizadas no nível de 5% de significância. A área da lesão aumentou progressivamente com o tempo, com diferença estatisticamente significativa entre o grupo controle (0 dias) e entre os períodos experimentais de 7, 21 e 42 dias (p<0,05), e também entre 21 e 42 dias. Já para a contagem de neutrófilos, observou-se aumento progressivo com o decorrer do tempo, com maior número nos períodos de 21 e 42 dias, com diferença estatisticamente significativa quando comparados com o grupo controle (p<0,05). Houve, também, diferença estatística ao comparar os dias 2, 5 e 7 com os períodos finais de 21 e 42 dias (p<0,05). Concordantemente, aos 21 e 42 dias houve maior co-localização de MPO e CitH3, sugerindo a participação das Armadilhas Extracelulares de Neutrófilos (NETs) na lesão periapical, com diferença estatística (p<0,05) entre 21 e 42 dias em relação ao grupo controle. Em geral, houve maior expressão gênica de PADI4 aos 7 dias, com diferença estatística (p<0,05) entre 0 dias em relação a 5 e 21 dias, 2 dias e 5 e 21 dias e entre 21 e 42 dias. Para o gene MPO, observou-se maior expressão em 21 dias, com diferença estatisticamente significativa (p<0,05) entre o grupo controle e os períodos de 2, 5, 7 e 21 dias. Adicionalmente, os períodos de 2, 5 e 7 dias apresentaram diferença estatística em relação a 42 dias. Já a expressão de ELANE foi maior em 5 e 21 dias de lesão, com diferença estatisticamente significativa (p<0,05) entre grupo controle em relação a 5 e 7 dias, e 5 e 7 dias em comparação a 42 dias. Houve maior expressão de H3C1 aos 21 e 42 dias de lesão, com diferença estatística (p<0,05) entre o período de 2 dias em relação a 5, 21 e 42 dias. No entanto, não foi possível observar diferença estatisticamente significativa (p>0,05) entre os grupos experimentais em relação ao grupo controle. Por último, a expressão de CTSG foi maior aos 21 dias de lesão, sendo que o grupo controle e o período de 2 dias foram estatisticamente diferentes (p<0,05) dos períodos de 7 e 21 dias. Os resultados permitiram evidenciar a presença das armadilhas extracelulares de neutrófilos em lesões periapicais induzidas experimentalmente em camundongos, especialmente nos períodos tardios de avaliação, concomitantemente com maior número de neutrófilos. Adicionalmente, as proteínas PAD4 e CTSG também estiveram presentes durante a progressão da lesão periapical, sugerindo ação na degradação tecidual, potencializando a resposta inflamatória e a progressão da lesão periapical.