As armadilhas extracelulares de neutrófilos estão envolvidas na reabsorção óssea durante periodontite apical experimental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Guilherme Neto, João Luiz
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17147/tde-05062023-113219/
Resumo: Periodontite apical é uma condição inflamatória/infecciosa da polpa dentária que resulta na destruição dos tecidos periapicais, incluindo osso alveolar. As Armadilhas Extracelulares de Neutrófilos (NETs) foram descritas como estruturas compostas de DNA e proteínas, como elastase e mieloperoxidase, que são capazes de matar bactérias extracelularmente. O envolvimento das NETs tem sido descrito em diferentes condições inflamatórias/infecciosas, mas seu papel no desenvolvimento de periodontite apical ainda não está claro. Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi avaliar o papel das NETs na reabsorção óssea induzida pelo modelo de periodontite apical, induzido no primeiro molar mandibular de camundongos C57Bl/6. Para avaliar a participação das NETs na gênese da lesão, os camundongos foram tratados com DNAse para inativação de NETs. Após a indução da lesão, observamos a redução do processo de reabsorção óssea alveolar em animais tratados. Além disso, demonstramos que animais submetidos a lesão periapical apresentaram aumento sérico de NETs se comparados a animais tratados com DNAse. Em seguida, foi realizada a análise histológica para avaliar a extensão da lesão, assim como o infiltrado inflamatório e a presença de osteoclastos em animais tratados com DNAse. Interessantemente, o tratamento dos animais resultou não apenas na redução da lesão, mas também na redução do infiltrado inflamatório local. Além disso, animais tratados apresentaram redução de osteoclastos no local da lesão, células envolvidas diretamente no processo de reabsorção óssea. Finalmente, analisamos a expressão gênica de marcadores de inflamação, formação e função de osteoclastos após a indução de lesão periapical e tratamento com DNAse. Observamos que o tratamento após a lesão resultou em aumento na expressão dos genes Acid Phosphatase 5, Tartrate Resistant (acp5) e catepsina k (ctsk), diretamente relacionados à função e atividade de osteoclastos, respectivamente, em amostras de mandíbulas dos camundongos. No entanto, o gene peptidilarginina deiminase 4 (pad4), que é essencial para a liberação de NETs, não apresentou alteração no local da lesão mesmo com o tratamento, sugerindo que a degradação de NETs ocorreu apenas após a sua liberação pelos neutrófilos, e não durante a sua produção nas células. Em conclusão, os dados aqui apresentados contribuem para um maior entendimento da patogênese da periodontite apical no que diz respeito à contribuição da NETs na inflamação local e consequente reabsorção óssea após lesão tecidual.