Documentários-propaganda das ditaduras militares do Brasil (1964-1985) e da Argentina (1976-1983): uma comparação enunciativo discursiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Pizzutiello, Andrea Nora
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8145/tde-26062017-114942/
Resumo: Neste trabalho comparamos dois documentários-propaganda das ditaduras do Brasil (1964-1985) e da Argentina (1976-1983). Nossa pesquisa busca desenvolver uma análise enunciativo discursiva dos dois documentários que permita estabelecer relações com aspectos das suas condições de produção e com as características do enunciador e do co-enunciador. Trata-se dos filmes, Brasil de Ontem, Hoje e Amanhã, exibido em 1975 no programa Amaral Netto, o Repórter da Rede Globo e Ganamos la Paz, exibido em 1977 no canal 7 da televisão argentina. Os dois filmes expõem a versão dos governos militares da situação política e social daqueles anos, justificando a necessidade de intervenção das forças armadas, que se apresentam como a única instituição capaz de conter o avance de um mesmo inimigo: o comunismo. A noção de condições de produção mostrou-se especialmente produtiva porque nos permitiu indagar o âmbito institucional dos dois países e a circulação de superfícies discursivas produzidas a partir de uma mesma doutrina na qual ambos os regimes se fundamentaram: a de Guerra Revolucionária francesa. O estudo do funcionamento e da modalidade de representação expositiva do gênero documentário (Nichols, 1997), as categorias de discurso constituinte (Maingueneau, 2008) e de heterogeneidade discursiva (Authier Revouz, [1982] 2011) foram fundamentais em nossa análise. Dessa forma, pudemos estabelecer não apenas relações interdiscursivas, mas também entre os diferentes lugares de dizer que o enunciador ocupa, a representação do inimigo e a interlocução representada nos dois filmes.