A lírica amorosa seiscentista: poesia de amor agudo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Lachat, Marcelo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Wit
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8150/tde-01102014-170241/
Resumo: Este trabalho discute as especificidades da poesia seiscentista produzida em Portugal e no Brasil Colônia, propondo a noção de amor agudo para caracterizar sua variada lírica amorosa. Em busca desse objetivo, a leitura dos poemas segue os caminhos da imitação, termo fundamental para se compreender a produção retórico-poética dos séculos XVI e XVII. Os poemas líricos dos quais partem as análises, ou seja, tanto aqueles autorizados (ainda que, muitas vezes, com atribuições de autoria questionáveis) pelos nomes de reconhecidos poetas seiscentistas, como Antônio Barbosa Bacelar, D. Francisco Manuel de Melo, Frei Antônio das Chagas, Gregório de Matos, Jerônimo Baía, Manuel Botelho de Oliveira e Violante do Céu, quanto aqueles ditos anônimos ou de autoridades poéticas menos constituídas, como Bernardo Vieira Ravasco e Manuel de Faria e Sousa, todos eles, enquanto imitações, exigiam dos leitores ou ouvintes cultos da época o reconhecimento de seus modelos poéticos; por isso, este estudo recorre, frequentemente, a Camões e Góngora, por exemplo. Porém, imitar as auctoritates para se fazer auctoritas, no século XVII, não era apenas copiar servilmente; os poetas seiscentistas emulavam seus modelos, elaborando composições engenhosas e agudas mais adequadas ao decoro dos tempos. Desse modo, a agudeza é noção central na preceptiva retórico-poética seiscentista e, portanto, também o é neste estudo. Como se procura demonstrar, dessa poesia aguda decorre a confecção de um amor igualmente agudo, isto é, um amor que não é expressão subjetiva e original de indivíduo algum, mas que aparece em poemas cujos efeitos inesperados são retórica e poeticamente construídos. Fruto de imitações, o amor agudo é ovidiano, cortês, petrarquista, camoniano, marinista, gongórico; miscelânea de doutrinas, é platônico, estoico, epicurista, cristão; definindo-o, nesta tese, pretende-se reunir a variedade poética da lírica amorosa seiscentista, feito agudo caule que sustenta cultas flores