No man is an island: John Donne e a poética da agudeza na Inglaterra no século XVII

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Fiorussi, Lavinia Silvares
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Wit
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8147/tde-30032009-161853/
Resumo: Esta tese se propõe examinar a poesia de John Donne (1572-1631) na perspectiva de um âmbito mais amplo de práticas representativas dos meios letrados das cortes do século XVII. Pressupondo a vigência de uma instituição retórica cujos preceitos condicionavam a prática poética, adota-se uma metodologia de pesquisa que flexibiliza os limites classificatórios da historiografia oitocentista posteriormente impostos aos poetas do século XVII. Assim, procede-se a uma análise retórico-poética da poesia de Donne, particularmente, mas também de seus coetâneos George Chapman, Fulke Greville, William Shakespeare e outros considerando os gêneros e estilos de suas composições, as espécies de agudeza que efetuavam, a adequação dos conceitos que formulavam como ornato dialético enigmático e a legibilidade que constituíam nas obras. Propõe-se uma investigação dos pressupostos doutrinários vigentes na época que significam as práticas representativas e as categorias que a envolvem, como a conceituação de que a poesia vernacular culta se define como prática de emulação da poesia greco-latina em seu elenco de autoridades; de que a preceituação vernacular analogamente se define como prática de emulação da preceitução antiga em seus postulados diversos; que a prática de emulação é ativa e não pressupõe cópia servil, mas variação dos argumentos de um mesmo lugar de invenção e variação do tópico elocutório, assumindo a versatilidade das operações retórico-poéticas como prova de engenho e arte. Tendo como força determinante a valoração do wit (engenho; ingenio; ingegno) nos meios letrados do século XVII, esta tese considera sempre que pode as práticas poéticas e preceptivas continentais, cruzando-as com suas contrapartes inglesas, buscando definir os critérios variados de recepção da poesia e os preceitos em uso que constituem a poética da agudeza.