Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Silva, Ramon Wilk da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5179/tde-25042023-120623/
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Resumo: |
A febre amarela (FA) é uma doença infecciosa causada pelo vírus da febre amarela (VFA) e veiculada por mosquitos da família Culicidae. No Brasil e outros países Sul-americanos, a doença restringiu-se basicamente ao ciclo silvestre, tendo sido registrado em 1928 a última epidemia urbana em território brasileiro associada ao vetor Aedes aegypti. Na região Sul e Sudeste do Brasil a espécie Haemagogus leucocelaenus tem sido incriminada como o principal vetor do vírus causador da febre amarela silvestre (FAS), uma vez que indivíduos desta espécie têm sido frequentemente encontrados naturalmente infectados pelo VFA em áreas epizoóticas. Recentemente o país vivenciou seu pior surto de febre amarela silvestre das últimas décadas, com diversos registros de epizootias e casos humanos no estado de São Paulo. A fragmentação da paisagem em função da atividade humana constitui uma das principais causas de perda de biodiversidade, e entre outras, ainda podemos destacar a sua contribuição na alteração nos padrões epidemiológicos de doenças, principalmente, em função de alterações nos níveis de interações entre hospedeiros silvestres, vetores e pessoas. Desse modo, compreender seu efeito em populações de vetores implicados na transmissão de febre amarela, a exemplo do Hg. leucocelaenus, pode significar uma melhor compreensão do padrão de circulação do VFA em áreas com histórico de epizootias, auxiliando em medidas de controle mais efetivas. Portanto, o presente estudo objetivou investigar a influência da paisagem sobre a estrutura populacional de mosquitos Hg. leucocelaenus em áreas com histórico de epizootias de febre amarela em primatas não-humanos (PNHs), localizadas no estado de São Paulo. Para essa finalidade foram utilizados marcadores de polimorfismo de nucleotídeo único (SNPs) mitocondriais para caracterização populacional do vetor. Métricas da paisagem foram mensuradas baseadas nas classes de uso de solo presentes nos locais de coleta, de modo a verificar uma possível influência destas nos padrões de diversidade genéticas dos espécimes, bem como nos eventos demográficos de suas populações. Adicionalmente, sinais de estruturação genética das populações de Hg. leucocelaenus e padrões de assinatura genética de seus indivíduos foram verificados por meio dos valores do índice Fst e análise discriminante de componentes principais (DPCA) baseados nas frequências gênicas dos SNPs genotipados. As populações de Balsamo, São José do Rio Preto e Pindamonhangaba apresentaram os maiores índices de diversidade genética, enquanto as populações de São Paulo e Mairiporã, ambas amostradas dentro Parque Estadual da Cantareira, evidenciaram sinais de expansão populacional. Com relação a estruturação, nitidamente foi possível verificar um agrupamento das populações amostradas na região noroeste do estado de São Paulo (Balsamo e São José do Rio Preto), com as demais constituindo um clado a parte, padrão corroborado pelo padrão de assinatura genética dos espécimes. O padrão de estruturação observado no presente estudo indica um efeito de isolamento por distância geográfica, sugerindo uma dispersão dos espécimes de Hg. leucocelaenus auxiliada pelo grau de conexão da paisagem. Enquanto os índices de diversidade genética e eventos de expansão populacional podem estar refletindo a plasticidade ecológica da espécie |