Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Araujo, Alessandra Bergamo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6142/tde-09112021-201011/
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Resumo: |
A febre amarela (FA) se mantém endêmica ou enzoótica na África e Américas do Sul e Central, causada por um arbovírus mantido em ciclos silvestres em que primatas não humanos (PNH) são os principais hospedeiros amplificadores e mosquitos das tribos Aedini e Sabethini são os transmissores. O homem participa deste ciclo como um hospedeiro acidental ao contatar áreas de mata com animais infectados e mosquitos transmissores. Durante o surto de FA ocorrido no estado de São Paulo entre os anos de 2016 e 2018 foram registradas mortes de PNH no Parque Estadual da Cantareira (PEC) e infecções humanas foram relatadas nas proximidades, sinalizando para o risco de transmissão do vírus amarílico neste remanescente de mata situado na região metropolitana de São Paulo. Foi objetivo de estudo investigar os culicídeos potencialmente associados à transmissão de febre amarela silvestre (CPAFAS) no PEC e elaborar um manual de coleta diurna de Culicidae em ambiente florestal urbano para auxiliar o trabalho de vigilância entomológica realizado no município de São Paulo (MSP). As coletas foram quinzenais no Núcleo Engordador, nas trilhas do Macuco e Mountain Bike, entre 10 e 14 horas, de março de 2019 a fevereiro de 2020. Para as coletas foram utilizados puçá entomológico para captura de indivíduos adultos e instalação de armadilhas larvitrampas (bambu e PET) no solo e na copa das árvores para coleta de imaturos. Para os adultos de CPAFAS foram estimadas a riqueza e abundância; comparou-se a diversidade da fauna coletada nas duas trilhas utilizando-se o teste de Mann-Whitney; correlacionou-se o total de indivíduos coletados com dados climáticos (temperatura, pluviosidade e umidade relativa do ar por meio do coeficiente de correlação de Sperman. Para os imaturos comparou-se a abundância do total de CPAFAS e Hg. leucocelaenus coletados nas larvitrampas nas duas alturas instaladas utilizando a análise de Wilcoxon. Foram coletados um total de 248 espécimes de adultos e 136 de imaturos de CPAFAS pertencentes a 13 espécies distribuídas nos gêneros Aedes, Haemagogus, Psorophora e Sabethes. Os resultados mostraram que não houve diferença estatisticamente significativa de diversidade entre as trilhas, indicando terem as mesmas características relativas à fauna de CPAFAS. Ocorreu correlação positiva entre o total de CPAFAS e as variáveis climáticas de temperatura e pluviosidade dos 30 dias que antecederam à coleta. Ao se comparar a abundância dos CPAFAS nas larvitrampas, observou-se a preferência por armadilhas de bambu. Em relação à altura de colocação das armadilhas a maior frequência ocorreu no bambu copa, quando se considerou o total de CPAFAS. Para Hg. leucocelaenus, não foi constatada diferença estatisticamente significativa no bambu copa ou solo indicando que a espécie explora diferentes níveis de habitats florestais. Estes resultados sinalizam que o PEC é uma área que merece atenção para a vigilância de vetores da FA, recomendando a continuação do monitoramento diurno no parque e em outras áreas vulneráveis à transmissão da FA no MSP e propondo à coordenação do Laboratório de Identificação e Pesquisa em Fauna Sinantrópica do MSP um manual de coleta diurna de culicídeos. |