Qualidade de vida no trabalho e sua associação com o estresse ocupacional, a saúde física e mental e o senso de coerência entre profissionais de enfermagem do bloco cirúrgico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Schmidt, Denise Rodrigues Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-29062009-143214/
Resumo: As seguintes hipóteses foram testadas neste estudo: (H1) após o controle das variáveis sócio-demográficas e profissionais, a adição do estresse ocupacional, da ansiedade e da depressão irá contribuir de forma expressiva para a redução da medida da Qualidade de Vida no Trabalho (QVT); e (H2) após o controle das variáveis sócio-demográficas e profissionais, da presença de ansiedade e depressão, a adição do senso de coerência (SC) irá contribuir de forma expressiva para aumentar a medida de QVT. O objetivo do estudo foi avaliar a QVT, o perfil de saúde física e mental, a presença de estresse ocupacional e o SC entre profissionais de enfermagem lotados no Bloco Cirúrgico (BC). Trata-se de um estudo observacional, descritivo e correlacional, tipo corte transversal do qual participaram 211 trabalhadores de enfermagem. A coleta de dados foi realizada por meio de seis instrumentos: caracterização sócio-demográfica e profissional, Escala Visual Analógica para QVT, Job Stress Scale (versão resumida), Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HADS), instrumento derivado do Questionário Nórdico para Distúrbios Músculo-esqueléticos e o Questionário de Senso de Coerência de Antonovsky (QSCA). Os instrumentos escalares obtiveram de forma geral valores aceitáveis para o alfa de Cronbach. O alfa de Cronbach das dimensões da Job Stress Scale variou de 0,54 a 0,75. A HADS-Ansiedade obteve alfa de Cronbach igual a 0,79 e a HADS-Depressão 0,77, enquanto o QSCA obteve consistência interna de 0,87. Quanto à caracterização dos participantes, a maioria era de auxiliares de enfermagem (62,6%), do sexo feminino (86,7%), casados (54,0%), com idade média de 40 anos. O tempo médio de atuação nos Blocos Cirúrgicos foi de 9,3 (D.P.=8,0) anos. Quanto à avaliação da QVT para o total da amostra, obtivemos média de 58,9 (D.P.=27,7), intervalo possível de zero a 100, demonstrando uma avaliação moderada para essa medida. O estresse ocupacional, obteve valor médio para as suas dimensões (Demanda, Controle e Apoio Social) de 14,8 (D.P.=2,4), 16,5 (D.P.=2,3) e 18,7 (D.P.=2,8), respectivamente. Dentre os participantes, 115 (54,5%) encontravam-se no grupo de exposição intermediária ao estresse ocupacional. Quanto à avaliação da ansiedade e da depressão, obtivemos média para a medida de ansiedade de 6,3 (D.P.=3,7) e para a medida de depressão de 5,2 (D.P.=3,3), em um intervalo possível de zero a 21. Constatamos também que, dentre os profissionais de enfermagem, 66 (31,3%) apresentavam sintomas de ansiedade e 51 (24,2%) sintomas de depressão. As maiores prevalências anuais de distúrbios osteomusculares foram encontradas na região inferior das costas (n=82; 38,9%) e na região dos ombros (n=80; 37,9%). A média do QSCA para os 203 profissionais de enfermagem que responderam esse instrumento foi de 144,6 (D.P.=22,6), em um intervalo possível de 29 a 203. A medida de QVT obteve associação estatisticamente significante com as variáveis tipo de instituição (p=0,003), renda mensal (p=0,006), opção pelo local de atuação (p=0,01), presença de estresse ocupacional (p=0,001), presença de ansiedade (p=0,008), de depressão (p=0,05) e de distúrbios osteomusculares na região dos ombros (p=0,00), região lombar (p=0,00) nos últimos 12 meses e na região lombar nos últimos sete dias (p=0,01). A medida do SC obteve associação estatisticamente significante com o tipo de instituição (p=0,03), a presença de duplo vínculo empregatício (p=0,00), renda mensal (p=0,01), a presença de estresse ocupacional (p=0,029), a presença de ansiedade (p=0,000) e de depressão (p=.0,000). Confirmamos neste estudo que a adição do estresse ocupacional e dos transtornos de humor contribuiu para diminuir a QVT entre os profissionais de enfermagem dos BC, porém não confirmamos que a adição do SC poderia contribuir satisfatoriamente para aumentar a QVT destes trabalhadores.