As relações de trabalho na Economia Solidária: experiência do Coletivo de Produtoras Elizabeth Teixeira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Martins, Bárbara
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-12092023-121219/
Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo investigar acerca das repercussões psicossociais do processo de construção do Coletivo de Produtoras Elizabeth Teixeira nas relações estabelecidas pelas trabalhadoras. Tendo como foco a experiência das produtoras rurais de um pré-assentamento do Movimento Dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o MST, a proposta se baseia em contar a história do Coletivo de Produtoras Elizabeth Teixeira, a partir das narrativas das histórias de vida e de trabalho das 8 produtoras que compõem essa iniciativa. O percurso metodológico desta pesquisa articula as discussões da Psicologia Social e do Trabalho com as questões de classe, raça, gênero e saúde. Foram realizadas entrevistas semi estruturadas em que foi possível explorar elementos sobre o trabalho realizado, a entrada no MST e entrada no Coletivo de Produtoras Elizabeth Teixeira, assim como sobre o trabalho baseado na autogestão, o estabelecimento das relações de trabalho e convivência dentro desse grupo. Buscou-se compreender acerca do estabelecimento das relações de trabalho e de convivência das produtoras, assim como investigar quais os desafios e as contradições que estão presentes nas relações de trabalho autogeridas do Coletivo. É por meio da obra de Paul Singer sobre Economia Solidária que as discussões partem, possibilitando ainda que se acrescente duas discussões importantes a esse debate sobre outra forma de se fazer economia: a questão de classe, raça e gênero, e de saúde; bem como, tendo a segunda questão tendo surgido da necessidade de inclusão dessas temáticas a partir da vivência do cotidiano de trabalho do Coletivo. Com as entrevistas realizadas e as narrativas contadas, quatro eixos de discussão se destacaram: acerca da precarização do trabalho e do trabalho infantil e adolescente desprotegido, relacionando essas questões com as discussões de raça, classe e gênero; a importância apresentada sobre a relação com a terra, o plantio e a trabalhadora do campo e como essa relação foi se colocando como fundamental para a compreensão de todo o processo de trabalho; o debate sobre a autogestão, a ausência de chefe e patrão, em que se discute na prática sobre suas belezas e contradições, e como lidar com essa nova forma de organização do trabalho; e sobre a potência da convivência e da solidariedade, que dá o contorno geral para toda essa experiência, colocando em lugar de destaque a importância da coletividade para elaboração de suas dores, podendo em fim apropriarem-se de suas próprias histórias.