Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Ferreira, Rebeca A. A. de Campos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-06022023-114007/
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Resumo: |
As dinâmicas das identidades e religiosidades em uma comunidade remanescente de quilombo conformam a tônica da presente tese. O campo empírico é o Quilombo do Carmo, localizado em São Roque/SP, a partir do qual será analisada, no primeiro capítulo, a organização do tempo pela religiosidade, com ponderações sobre catolicismo popular, significados e sentidos de celebrações religiosas a partir do calendário devocional vivido. No segundo capítulo será tratada a religiosidade em sua interface à constituição social da comunidade, estabelecendo as reflexões pelas estruturas simbólicas do/no mito de origem e os modos pelos quais atributos religiosos assentam-se em relações de parentesco e de afinidade. O capítulo terceiro reflexiona acerca da constituição sociocultural do território e do papel da religiosidade nos processos de territorialização, desterritorialização e reterritorialização que marcam a trajetória da comunidade, caracterizando a produção social de uma territorialidade por atividades religiosas que designam a configuração de espacialidades devocionais. A questão quilombola é introduzida no quarto capítulo, agregando enunciados das teorias das identidades, etnicidades, direitos de minorias, atentando aos paradoxos dos processos de reconhecimentos de direitos de base étnica e aos modos pelos quais intercorreram a etnogênese quilombola dentre o povo do Carmo. À vista disso, a tese é metaforizada a uma colcha de retalhos, artefato expressivo da comunidade, tendo em cada capítulo um retalho cujo tema é basilar à compreensão das dinâmicas identitárias que aqui se costuram pela religiosidade. Noutros termos, encalço os modos pelos quais a lógica da religiosidade, de modo geral, organiza a temporalidade, a parentalidade, a territorialidade e a etnicidade; e como Nossa Senhora do Carmo, de modo particular, norteia a constituição da identidade do grupo enquanto etnicamente singularizado. No tropo da roda de fiar da vida social, o tear segue a urdir aos modos pelos quais a santa-mãe-padroeira é tanto o eixo da origem da comunidade quanto da sua permanência naquela área. No fuso, a compreensão dos processos de construção de uma identidade e de uma territorialidade quilombolas que terão seus alicerces no que já era o componente motívico da existência e da permanência do grupo social: Nossa Senhora do Carmo. A colcha-tese tece, portanto, a religiosidade como um sistema cultural, a estruturar a organização social, a construir sociabilidades e solidariedades, reciprocidades e obrigações, numa racionalidade que vai entrelaçar também os direitos e o estado quando principia a questão quilombola. Assim sendo, pontuo as narrativas e ações que vão conduzir a etnogênese quilombola segundo os critérios de pertencimento do grupo e, nessa trama identitária, a santa-mãe-padroeira se torna a bandeira de luta dos filhos, devotos, herdeiros e quilombolas de Nossa Senhora do Carmo, conciliando as generalidades da lei aos seus dísticos de pertença em um processamento que tem o condão de fiar o pluralismo jurídico. Palavras-chave: |