Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2010 |
Autor(a) principal: |
Ferraz, Lidia Rochedo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-20092011-135047/
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Resumo: |
Essa pesquisa teve como alvo a dinâmica cotidiana da vida escolar em uma comunidade rural ribeirinha, localizada no entorno de uma cidade amazônica. Com o acelerado crescimento demográfico das metrópoles e sua intensa e desordenada expansão, comunidades ribeirinhas vem sendo incorporadas ao espaço urbano, com significativas alterações em seu modo de vida e formas de enfrentamento das questões ambientais, econômicas e sociais, que até recentemente não se configuravam no cotidiano destas localidades. O estudo buscou investigar os agenciamentos operados na escola na produção de modos de subjetivação, no contexto destas transformações. Para tal, procurou-se caracterizar a comunidade e o estabelecimento educacional em seus aspectos históricos, políticos e sociais; procurou-se descrever cenas do cotidiano escolar, investigando práticas, e trazendo as avaliações e expectativas sobre a escola e a relação escola-comunidade. A pesquisa, de cunho qualitativo, foi desenvolvida através do estudo de caso etnográfico, adotando como procedimento de investigação a observação participante, a análise documental e a realização de entrevistas. Buscou-se ainda aliar alguns pressupostos que norteiam a pesquisa cartográfica com o campo de estudos com o cotidiano. A leitura dos dados foi feita com base no aporte teórico fornecido principalmente pela análise institucional e esquizoanálise. Para análise do material discursivo utilizou-se o método de análise de conteúdo. O estudo apontou a importância que os moradores atribuem à escola, sendo percebida como componente que favorece a melhoria das condições de vida. Estas concepções são partilhadas com os agentes institucionais, que afirmam a importância da escola enquanto responsável pela socialização e transmissão de conhecimentos acumulados pela humanidade. A escola apresenta-se distante da realidade local, desqualifica o saber tradicional, impondo concepções mercantilizadas e a transmissão de um saber hegemônico, reforçador de uma estrutura de desigualdades. As dificuldades escolares são identificadas como consequência das dificuldades do aluno, de sua família e do ambiente rural. Cabe à escola empreender práticas necessárias à socialização dos alunos e à transmissão de conteúdos e valores necessários à inserção no mercado de trabalho e ao modo de vida citadino. A escola engendra práticas coercitivas, que instituem a diferença como algo qualitativamente inferior, vivenciada como negação. Entretanto, se por um lado é valorizada por representar a possibilidade de ascensão social, por outro, questiona-se a possibilidade de a escola concretizar sonhos e esperanças. Mas algo escapa aos processos de modelização de subjetividades. Há táticas usadas no enfrentamento das estratégias propostas pelo sistema de ensino, que em certos momentos se desprendem da trama dominante e podem movimentar a criação de outros sentidos. A pesquisa intenta contribuir para a compreensão dos atravessamentos presentes nas ações pedagógicas que constituem o cotidiano escolar, potencializando a desnaturalização de práticas instituídas e a produção de novos processos de subjetivação que agenciem o enfrentamento ao projeto histórico de escolarização estabelecido para a educação rural. |