Avaliação dos efeitos tardios da associação da estimulação elétrica neuromuscular à mobilização precoce realizada em pacientes críticos de uma unidade de terapia intensiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Bueno, Thatiana Barboza Carnevalli
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-08112022-170558/
Resumo: Introdução: Sobreviventes de internações em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) apresentam diminuição ou perda da funcionalidade e comprometimento na capacidade para as atividades de vida diária que podem persistir por meses a anos. A aplicação adicional da estimulação elétrica neuromuscular (EENM) a um protocolo de mobilização precoce (MP) em pacientes internados em uma UTI geral promoveu melhores resultados funcionais durante a internação e na alta hospitalar. Os pacientes que receberam a EENM também levaram menos dias para ficar em pé, tiveram menor tempo de internação hospitalar, menor incidência de fraqueza muscular adquirida na UTI e melhor força muscular. O estudo atual avaliou o impacto tardio do uso adicional e precoce da EENM a um protocolo de MP. Material e Métodos: Este é um estudo unicêntrico, controlado, randomizado e cego, que avaliou tardiamente (15 e 30 dias, 3 e 6 meses após a alta hospitalar) pacientes que foram randomizados na UTI da Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Brasil em dois grupos: grupo MP e grupo MP+EENM. No grupo MP, os pacientes receberam diariamente um protocolo de MP. No grupo MP+EENM, os pacientes foram submetidos ao mesmo protocolo de MP associado à EENM iniciada dentro de 48 horas da admissão, 5 dias por semana, até a alta da UTI. Após a alta hospitalar, os pacientes foram avaliados por telefone com 15 dias e 6 meses e presencialmente, com 30 dias e 3 meses. Foram avaliados o estado funcional, força muscular, independência funcional, qualidade de vida e presença de sintomas do Transtorno do estresse pós-traumático (TEPT). Resultados: Setenta e quatro pacientes completaram o protocolo na UTI e destes, 8 foram excluídos (5 do grupo MP e 3 do grupo MP+EENM) pois não foi possível estabelecer contato em nenhum dos momentos de avaliação. Assim, 66 pacientes (35 do grupo MP e 31 do grupo MP+EENM) foram incluídos neste estudo. Os pacientes do grupo MP+EENM, em comparação com os que só receberam a MP, apresentaram melhores resultados na funcionalidade, independência funcional e mobilidade, demonstrados por valores significativamente maiores nas avaliações do Índice de Barthel (p<0,05) e escala de mobilidade em UTI (EMU) (p<0,05) em 15 e 30 dias, 3 e 6 meses, e menor tempo no teste TUG (do inglês, Timed up and go) em 30 dias (p<0,05). O grupo MP+EENM apresentou melhora significativa na qualidade de vida avaliada pelo questionário EQ-5D (do inglês, Euro Quality of life-5 dimensions) em 3 e 6 meses, quando comparado ao grupo MP (p<0,05). Não houve diferença significativa entre os grupos, após alta hospitalar, nas avaliações de funcionalidade realizadas pelas escalas FSS-ICU (do inglês Functional Status Score for the Intensive Care Unit) e PFIT (do inglês, Physical Function Intensive Care Test) e na força muscular avaliada pelo MRC (do inglês, Medical Research Council). Ambos grupos se mostraram semelhantes quanto à presença de sintomatologia de TEPT. Conclusões: A aplicação precoce da EENM adicionalmente a um protocolo de MP durante a internação na UTI proporcionou melhores resultados funcionais e na qualidade de vida em pacientes críticos após a alta hospitalar.