A conclusão das negociações do acordo Mercosul-União Europeia: as perspectivas do empresariado brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Araujo, F. L.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/101/101131/tde-10112023-164227/
Resumo: O objetivo desta tese é analisar as conjunturas que permitiram a conclusão das negociações do acordo em princípio entre o Mercosul e a União Europeia em 2019. Discute-se por que o Brasil mudou da posição protecionista que sustentava desde a década de 1990 para uma postura aberturista e pró-acordo, a despeito dos grupos empresariais mais resistentes. Além das pesquisas documentais e bibliográficas, foram realizadas 30 entrevistas com representantes de grupos empresariais brasileiros, servidores públicos do nível federal e acadêmicos. Utilizando o enquadramento teórico do Realismo Neoclássico (RNC), parte-se do pressuposto que o nível sistêmico ofereceu as oportunidades para que os atores do nível doméstico brasileiro favoráveis ao acordo articulassem o aceleramento das negociações. Os fatores sistêmicos analisados foram a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, a reação da União Europeia a esse cenário e o alinhamento político-ideológico dos presidentes do Mercosul. A partir desse pano de fundo, foram selecionadas variáveis intervenientes que alteraram o posicionamento brasileiro a respeito do tema: as ideologias que permearam os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro, notadamente pró-livre comércio com os países desenvolvidos; a alterações da política comercial dentro da burocracia estatal durante esses dois governos e a mudança de mentalidade dos setores empresariais mais resistentes ao acordo, ou seja, os representantes da indústria brasileira que atuaram por mais de uma década como veto players. Conclui-se que a partir da movimentação do nível sistêmico, os entraves domésticos foram gradativamente desfeitos pelos dois governos analisados e foi possível a conclusão das negociações a partir de um acordo em princípio.