Avaliação do efeito antinociceptivo da ablação neuropática e autonômica por radiofrequência em pacientes portadores de dor crônica síndrome dolorosa complexa regional do tipo-I: avaliação de pacientes com dor lombar crônica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Trindade, Carlos Alexandre de Freitas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17142/tde-03112020-114757/
Resumo: A Sindrome Dolorosa Complexa Regional do tipo I (SDCR-I) é uma doença complexa com inúmeras propostas terapêuticas para a qual não existe um protocolo padrão de tratamento. Na Clínica para o Tratamento da Dor - Hospital das Clínicas - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo (CTDor- HC- FMRP-USP) bloqueios autonômicos associados ao bloqueio neuropático são realizados rotineiramente uma vez por semana durante uma média de quatro semanas consecutivas no tratamento da SDCR-I. A ablação combinada dos componentes neuropático e autonômico por radiofrequência (RF) é uma técnica minimamente invasiva (através do aumento de temperatura programada) que permite a lesão limitada unicamente ao tecido escolhido. Outra grande vantagem é durabilidade mais prolongada do efeito dessa técnica. Este estudo visa avaliar o efeito antinociceptivo da ablação por RF de tecido neuropático e do gânglio simpático em pacientes portadores de dor crônica com componente misto neuropático e autonômico, além de sua efetividade, durabilidade e custo financeiro, comparada à técnica convencional de quatro bloqueios, durante o período de 12 meses. O estudo foi prospectivo, aleatório, duplamente-encoberto, sendo que cada paciente atuou como seu próprio controle (avaliação Crossover). Vinte e quatro pacientes participaram da avaliação final. No Grupo 1, no qual os pacientes foram submetidos à sequência de quatro bloqueios semanais, a média do tempo de analgesia foi 5,5 (± 1,47) meses, significativamente menor do que a média de tempo de analgesia após a realização de RF nos mesmos pacientes, 15,5 (± 2,34) meses(p < 0,001). Durante o período no qual a analgesia foi considerada adequada e inadequada o consumo de analgésicos de resgate (Tramadol 50 mg) foi semelhante, porém foi observada melhor qualidade do sono e da capacidade de realizar atividades rotineiras no período de analgesia adequado (p < 0,001 e p < 0,05, respectivamente). Foi observada uma economia de 24,94% por paciente no primeiro ano de tratamento quando a técnica de RF foi utilizada em comparação a técnica convencional de quatro bloqueios. Essa porcentagem aumentou progressivamente chegando a 37,03% em 30 anos. Sendo assim, a técnica de RF dos mesmos níveis para ablação simpática e modulação do GRD (L3-L4-L5) foi econômica e resultou em tempo de analgesia significativamente superior quando comparada à sequência tradicional de quatro bloqueios. Os dados sugerem, portanto, que o tratamento da sensibilização central à dor deve ser considerado nessa população do estudo.