Exército Zapatista de Libertação Nacional - EZLN : sobre uma geografia das e dos de baixo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Silveira, Renata Ferreira da
Orientador(a): Rego, Nelson
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/238215
Resumo: O Exército Zapatista de Libertação Nacional - EZLN, movimento social mexicano de base indígena, de Chiapas, sudeste do México, veio a público em 1º de janeiro de 1994 sob as bandeiras da Liberdade, da Democracia e da Justiça, pautando nacionalmente e globalmente a necessidade do protagonismo indígena sobre suas terras e denunciando o avanço dos megaprojetos de infraestrutura chancelados pela globalização e pelo neoliberalismo. Através desse movimento, a presente tese de doutorado busca compreender as geografias que se constituíram e que se constituem desde a construção dos territórios autônomos zapatistas. Para isso, nos debruçamos na compreensão da genealogia do zapatismo a partir de sua constituição histórica pré-1994, com suas bases no período colonial, de independência, do agrarismo e da influência de Emiliano Zapata, percorrendo o período pós-constituição de 1917, o priismo e o período de clandestinidade do, já fundado, EZLN (1983). Segue-se após 1994 até o ano 2017, ano que elegemos como limite temporal para a análise. Para construir essa genealogia, nossas bases teóricas e epistemológicas estarão assentadas no pensamento decolonial como fonte de literatura para compreensão da modernidade e da colonialidade como chaves destes processos de des-re- territorialização de grupos ou sujeitos que estão à margem no sistema mundo- moderno-colonial. Trazemos também como embasamento desta tese, a realização de trabalhos de campo nos territórios zapatistas (em 2015, 2016 e 2017) ao longo dos quais foram realizadas entrevistas e pesquisas em documentos e arquivos locais. Para o último capítulo da tese, buscamos trazer a relação do zapatismo com a Geografia e as possibilidades de leituras em que esta, enquanto campo do saber, dialoga com as geo-grafias zapatistas, a partir de suas territorialidades, da autonomia e do autogoverno. Por fim, nas considerações finais, defendemos a ampliação do diálogo entre as ciências autonomamente instituídas, em seus diferentes campos do saber, com as diferentes racionalidades que buscam na autonomia dos territórios, nas relações com a Madre Tierra, de distintas cosmovisões, uma outra forma de se inscrever no espaço.