Podridão floral dos citros: dinâmicas temporal e espacial, sensibilidade de Colletotrichum acutatum a fungicidas e controle da doença

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Silva Junior, Geraldo José da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11135/tde-13092011-095157/
Resumo: A Podridão Floral dos Citros (PFC), causada por Colletotrichum acutatum, foi observada em 1956/57 em Belize e relatada posteriormente em 1979. Neste mesmo ano a PFC também foi relatada no Brasil e, desde então, tem causado prejuízos todas às vezes nas quais o período de florescimento coincide com a ocorrência de chuvas. O controle da PFC é realizado principalmente por meio de pulverizações preventivas com fungicidas. O uso indiscriminado de fungicidas com o mesmo modo de ação pode selecionar indivíduos resistentes. O conhecimento da epidemiologia da PFC pode gerar informações precisas a serem utilizadas na elaboração de estratégias de manejo no campo, bem como melhorar a eficiência do controle químico da doença. Assim, foi proposto este trabalho com os objetivos de: i) caracterizar as dinâmicas temporal e espacial da PFC em pomares jovens de laranja doce; ii) avaliar in vitro a sensibilidade de isolados de C. acutatum a fungicidas e; iii) avaliar o efeito de diferentes fungicidas, intervalos de aplicação e programas de pulverização no controle da PFC no campo. A dinâmica temporal e espacial da PFC foi caracterizada em três talhões de 2 a 4 anos de idade com 500 plantas cada. Crescimento explosivo da PFC foi observado com altas taxas diárias de progresso (r) descritas pelo modelo logístico de 0,55 após chuvas e período de molhamento foliar prolongado. A PFC apresentou padrão espacial variável, inicialmente aleatório e posteriormente moderadamente agregado, indicando existir contribuição de outras fontes para a disseminação do patógeno além das chuvas com ventos. Não houve correlação entre incidência de sintomas em flores e de cálices persistentes. Os cálices persistentes não são importantes fontes de inóculo. In vitro, ensaios de sensibilidade a fungicidas demonstraram que isolados de C. acutatum coletados no Estado de São Paulo em 2008 não apresentaram resistência aos fungicidas difenoconazole e carbendazim. Em casa-de-vegetação, os fungicidas carbendazim e a mistura (trifloxistrobina + tebuconazole) apresentaram efeito significativo quando aplicados em pré-inoculação e 24 h pós-inoculação de C. acutatum, mas somente a mistura foi efetiva 48 h após a inoculação. Nos experimentos de controle químico no campo, esta mistura fungicida foi mais eficiente que os demais produtos para o controle da PFC em áreas com alta incidência da doença. Quando a proporção de flores sintomáticas atinge 100%, a redução na produção será em torno de 70% em pomares adultos de laranja Pera. Pulverizações frequentes podem ser requeridas durante todo o período de florescimento para o controle da doença, embora sejam mais importantes quando ocorrem chuvas em dois ou mais dias consecutivos com prolongamento do molhamento foliar, principalmente durante a expansão das pétalas e abertura das flores.