Mercadores de braços: riqueza e acumulação na organização da emigração européia para o novo mundo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Gonçalves, Paulo Cesar
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8137/tde-30092008-162725/
Resumo: O século XIX testemunhou o aumento exponencial dos movimentos migratórios de europeus para as Américas, que se prolongaram até o início da Primeira Guerra Mundial, abrindo caminho para o negócio de recrutamento e transporte de braços. Este trabalho analisa o fluxo estabelecido entre dois lados do Atlântico, mais especificamente Itália e Brasil, discutindo fatores condicionantes, reflexos internos e externos, contradições e particularidades. Na Itália, o foco está direcionado para os interesses conflitantes dos grupos envolvidos: companhias de navegação, agentes e subagentes. Analisa-se a experiência imigratória no Brasil e, em especial, São Paulo, caracterizado pela política de subsídio. Se o financiamento promovido pelo governo paulista era essencial para a criação de um grande fluxo que atendesse a demanda da cafeicultura, por outro lado, constituiu-se em fonte de rendimentos para indivíduos e empresas ligadas à execução dos serviços de recrutamento e transporte. A análise dos balanços financeiros e relatórios dos conselhos administrativos das companhias de navegação italianas evidencia a importância da emigração como fonte consistente para sua saúde financeira. Ainda dentro das engrenagens responsáveis pelo fluxo, o enfoque recai sobre as agências de introdução de imigrantes que celebraram contratos com o governo paulista. Em suma, uma rede de negócios estabelecida nos dois lados do Atlântico, cujos objetivos eram claros: auferir lucros com a emigração.