Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Marcolini, Adriana |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8148/tde-08022017-132707/
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Resumo: |
Considerado o primeiro romance da emigração italiana, Sull\'Oceano, de Edmondo De Amicis (1846-1908), foi lançado em 1889 pelo editor Treves, de Milão, e obteve grande sucesso editorial na Itália. Toda a narrativa se passa a bordo do navio em que o autor viajou de Gênova, na Itália, a Buenos Aires, na Argentina, em 1884. A embarcação levava na terceira classe 1.600 emigrantes italianos com destino à Argentina (uma minoria tinha como meta o Uruguai). Também transportava 50 passageiros na primeira classe e 20 na segunda além de cerca de 200 tripulantes. O livro é um microcosmo da sociedade italiana da época. A Itália era então um país recém-nascido, cuja unificação só havia se concretizado em 1861, após um longo processo conhecido como Risorgimento. A unificação da Itália, no entanto, foi acompanhada de uma contradição: o êxodo massivo de cidadãos que ficaram marginalizados. A emigração ficou marcada como uma cicatriz resultante deste penoso parto que deu nascimento ao país. SullOceano mostra como essa cicatriz se manifestava a bordo daquele navio de emigrantes: alguns sentiam desprezo pela pátria, outros desconfiança, raiva ou rancor por serem praticamente obrigados a abandonar a terra natal. Apesar de que a Itália tivesse se tornado um país em 1861, o mosaico de dialetos a bordo revela que, em 1884, a nação italiana ainda não existia. Os emigrantes, vindos de diferentes regiões, não se entendiam entre si. De Amicis utiliza os dialetos com maestria e confere sabor ao texto. O romance mostrou à elite italiana as péssimas condições da viagem dos emigrantes e emitiu um alerta para as autoridades, que em 1901 estabeleceram uma série de normas a serem obedecidas pelos navios. Apesar da importância de SullOceano, e do sucesso editorial alcançado à época do lançamento, o livro é hoje praticamente desconhecido na Itália. Esta tese apresenta De Amicis e sua vasta obra, analisa SullOceano e aponta as razões para explicar o esquecimento do romance junto ao público leitor italiano. O trabalho também tece um panorama sobre a literatura da emigração italiana entre as décadas de 1880 e 1930. |