Correlação entre religiosidade, espiritualidade e qualidade de vida em adolescentes com fissura labiopalatina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Farinha, Francely Tineli
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/61/61132/tde-06102020-180307/
Resumo: Objetivo: Correlacionar a espiritualidade e a religiosidade à qualidade de vida de adolescentes com fissura labiopalatina. Método: Estudo transversal desenvolvido no Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo, englobando dois grupos: caso e comparativo. O grupo caso constou de 40 adolescentes com fissura labiopalatina, enquanto o comparativo foi composto por 40 adolescentes sem fissura labiopalatina. Foram excluídos adolescentes em tratamento com psicofármacos, incluindo ansiolíticos, hipnóticos, antidepressivos, antipsicóticos e estabilizadores de humor. Para a coleta de dados foi utilizado um Questionário Sociodemográfico, a Escala de Religiosidade de Durel e o World Health Organization Quality of Life - Bref (WHOQOL-Bref). A coleta de dados foi realizada entre os meses de agosto e novembro de 2016. Para a análise estatística, os testes de Mann-Whitney, Qui-Quadrado, t-Student e de Correlação de Pearson foram utilizados. O nível de significância adotado para todos os testes foi de 5% (p0,05). Resultados: Este estudo compreendeu 80 adolescentes, divididos entre os grupos caso e comparativo. Referente à caracterização do grupo caso, a média de idade foi de 16,48 (±1) anos. Prevaleceram os participantes do sexo masculino (52,5%; n=21), cursando o ensino médio (87,5%; n=35), solteiros (90,0%; n=36) e evangélicos (47,5%; n=19). Quanto ao grupo comparativo, a média de idade foi de 16,38 (±1,1) anos. Prevaleceram os participantes do sexo feminino (60,0%; n=24), cursando o ensino médio (n=40; 100%), solteiros (77,5%; n=31) e evangélicos (62,5%; n=25). Não foram encontradas diferenças estatísticas significantes entre as caraterísticas sociodemográficas dos grupos caso e comparativo, apontando a homogeneidade entre eles. Ao se avaliar a espiritualidade e a religiosidade, observou-se que a religiosidade organizacional foi significativamente maior no grupo caso (p=0,031). Referente à qualidade de vida, observou-se que a global foi significativamente maior no grupo caso (p=0,012). Quanto aos domínios referentes à qualidade de vida, observou-se que o Meio Ambiente foi significativamente maior no grupo caso (p<0,001). Ao se correlacionar a religiosidade e a espiritualidade à qualidade de vida, a religiosidade não organizacional apresentou forte correlação com a religiosidade organizacional (r=0,62; p<0,001). Em relação à espiritualidade, observou-se moderada correlação com a religiosidade não organizacional (r=0,44) e com a religiosidade organizacional (r=0,43) (p=0,005 e p=0,006 respectivamente). Ao se correlacionar os domínios referentes à qualidade de vida com a religiosidade e a espiritualidade, identificou-se uma correlação moderada entre a espiritualidade e a qualidade de vida global (r=-0,35; p=0,026). Conclusões: Os adolescentes com fissura labiopalatina apresentaram índice elevado de religiosidade organizacional e melhor qualidade de vida vinculada ao domínio meio ambiente. Evidenciou-se uma correlação positiva entre a espiritualidade e a religiosidade. A espiritualidade correlacionou-se de forma moderada com a qualidade de vida nos adolescentes com fissura labiopalatina. A partir dos achados, pode-se afirmar que os adolescentes com fissura, que eram mais espiritualizados, possuíam melhor percepção de sua qualidade de vida, reforçando a correlação entre essas variáveis