Manutenção de uma faixa de eucaliptos para proteção da borda de um fragmento florestal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Nascimento, Márcio Irias de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/91/91131/tde-25072008-102257/
Resumo: Um dos maiores desafios da atualidade é encontrar o equilíbrio entre as ações antrópicas e o meio ambiente, a chamada \"sustentabilidade\". O presente trabalho teve como objetivo avaliar a influência da manutenção, durante a exploração florestal, de três linhas de eucaliptos ao redor de um fragmento florestal, como proteção contra os efeitos de borda decorrentes das atividades silviculturais. Para avaliar o efeito da faixa protetora foram analisadas alterações microclimáticas, compactação do solo, danos mecânicos às plantas nativas e dinâmica da comunidade vegetal em regeneração. Para isto foram comparados dois tratamentos: no Tratamento 1 foram mantidas três linhas de eucaliptos ao longo da borda da floresta numa extensão de 300 m, quando da ocasião do corte raso do talhão eucalipto adjacente ao fragmento. O tratamento 2 consistiu de um controle, em que não foram mantidas as linhas de eucalipto, ou seja, foi efetuado o corte raso até a borda do fragmento, como se pratica usualmente. Para cada tratamento foram instalados três transectos, perpendiculares à borda do fragmento, estendendo-se por 30 m para o interior do fragmento e 30 m para o interior do plantio de eucalipto. Em sete pontos de cada um dos transectos, foram coletados dados de luminosidade, temperatura e umidade relativa do ar. Os pontos externos situavam-se a trinta, vinte e dez metros da borda do fragmento adentrando a área de eucalipto, um ponto intermediário localizado no limite exato entre o eucaliptal e a área comercial e fragmento.Outros pontos de amostragem foram localizados a dez, vinte e trinta metros para o interior do fragmento. Os dados foram coletados no período da manhã, no meio do dia e no período da tarde, totalizando 126 medições, sendo três por ponto e nove amostras por distância para cada tratamento. A coleta de dados foi realizada mensalmente, durante oito meses. A densidade do solo foi verificada nas mesmas distâncias em que foram avaliados os danos indiretos. Nos dois tratamentos foram observados todos os danos causados pelas operações de colheita e silvicultura ao longo dos seiscentos metros em que foram aplicados os dois tratamentos. As modificações microclimáticas decorrentes da retirada total do eucalipto foram classificadas como danos indiretos. A destruição de plantas nativas durante a exploração do eucalipto e a compactação do solo foram considerados danos diretos. Avaliaram-se também as diferenças na comunidade vegetal na borda do fragmento com e sem as faixas de eucalipto, para verificar possíveis benefícios da faixa protetora sobre as plantas em regeneração. Para isto foram instaladas 10 parcelas por tratamento. Verificou-se que com a manutenção das linhas de eucalipto são consideravelmente reduzidos os efeitos de borda, especialmente os danos mecânicos à floresta. A comunidade vegetal nativa em regeneração ao longo da borda do fragmento é mais abundante e diversificada quando se mantêm as três linhas de eucalipto. As modificações microclimáticas após a exploração florestal, em geral, são mais intensas sem a manutenção da faixa protetora.