Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Busin, Valeria Melki |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-14072015-092040/
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Resumo: |
Por meio desta pesquisa, busco investigar a dinâmica psicossocial das violências cotidianas sofridas por travestis, chamando atenção para o gênero articulado a outros marcadores sociais de diferença. Descrevo como as diferentes violências marcam a experiência cotidiana das travestis que participaram do estudo. A abordagem qualitativa permitiu compreender a fluidez das suas relações sociais por meio das suas histórias de vida. Oito travestis com características diversas: cor de pele, classe social, origem geográfica, escolaridade, inserção no ativismo LGBTT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) foram entrevistadas. Como a prostituição é parte importante do cotidiano de violências das travestis brasileiras, as colaboradoras desta pesquisa têm trajetórias profissionais distintas: algumas são profissionais do sexo e vivem da profissão, outras foram profissionais do sexo e agora exercem outras profissões e há quem nunca atuou como profissional do sexo. Inspirada pelo construcionismo social, utilizo as cenas como unidades de análise privilegiada, descrevo como as violências simbólica, física e econômica, incluindo as expressões de violência sexual e psicológica, perpassam a trajetória singular de cada uma delas desde o momento em que expressaram rupturas com os scripts de sexo e gênero em que foram socializadas. Analiso essa diferença em termos de identidade, experiência, relações sociais e subjetividade. A diferença expressa pela ruptura com os scripts de gênero hegemônicos desencadeou processos de estigmatização e experiências de violência que as colocaram em um lugar simbólico marginal e desqualificado. Formas diversas de morte física e simbólica acompanham a vida das colaboradoras desta pesquisa. A interseccionalidade contribui para compreender as trajetórias de vida e a violência experienciada, pois outros marcadores sociais (raça/cor da pele, classe social) coproduzem desigualdade e exclusão, mas também resistência e diversidade. A violência de gênero como violência simbólica produz roteiros intrapsíquicos e interpessoais que tentam aprisionar e impedir que diferenças de gênero se expressem como diversidade, tanto no nível da experiência, como das relações sociais, das subjetividades e das identidades |