Variabilidade espacial de propriedades físicas do solo para fins de manejo da irrigação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1997
Autor(a) principal: Gonçalves, Antônio Carlos Andrade
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11143/tde-20200111-124218/
Resumo: A capacidade de armazenamento de água no solo é uma variável de grande importância para o projeto e o manejo da irrigação. Essa propriedade depende de características do solo como a textura, estrutura, conteúdo de matéria orgânica, dentre outras, podendo variar consideravelmente mesmo em uma área supostamente homogênea. É comum a adoção de um valor médio que se supõe representativo de toda a área irrigada. Entretanto, propriedades do solo frequentemente apresentam estrutura de variação no espaço, negando as hipóteses assumidas. Esse trabalho teve como objetivos: i) descrever estatisticamente e avaliar a dependência espacial de propriedades tisicas do solo, em particular das frações granulométricas e da retenção de água; ii) mapear e definir regiões de menor variabilidade dessas propriedades, para fins de planejamento e controle das irrigações, e avaliar as suas inter-relações no espaço e iii) avaliar a importância do uso do padrão variável de armazenamento, em conjunto com o padrão de aplicação de água pelo sistema, sobre o cálculo dos parâmetros que expressam a qualidade da irrigação. O trabalho foi conduzido em um quadrante de uma área irrigada por pivô- central, no campo experimental de irrigação do Departamento de Engenharia Rural da ESALQ/USP. Foi feita uma amostragem sistemática com espaçamento de 20 x 20 m (larga escala), limitada por uma distância de 180 m à base do pivô. A bissetriz desse quadrante foi amostrada a cada 2,83 m ( curta escala). A amostragem foi realizada durante o mês de agosto de 1995. Em cada ponto foram obtidas, na profundidade de 0,20 m, uma amostra indeformada para determinação da curva de retenção e da densidade do solo e uma deformada para determinação da composição textural e da densidade de partículas do solo. A porosidade total foi obtida a partir dos valores de densidades do solo e de partículas. Os resultados obtidos revelaram a importância de se amostrar com espaçamento variável uma vez que o menor espaçamento permitiu a descrição da estrutura de dependência espacial usada para interpolar entre os pontos da larga escala. As distribuições das propriedades foram aproximadamente normal, exceto pela presença de alguns dados periféricos. Frações granulométricas e umidades correspondentes às tensões adotadas mostraram estrutura de dependência espacial com alcance da ordem de 20 m e componentes estruturais que explicam de 50 a 80% da variação total. A correlação espacial entre umidade e argila é forte, embora não tenha sido detectada pelo coeficiente de correlação linear. A estimativa da umidade por cokrigagem com argila é possível e conveniente. A krigagem permitiu o mapeamento da capacidade de armazenamento e a subdivisão em regiões de menor variabilidade, para fins de planejamento e/ou manejo da irrigação. A adoção de um valor médio resulta em excesso de aplicação de água em algumas áreas e déficit em outras, levando a imperfeições nos valores dos parâmetros que expressam a qualidade da irrigação.