Resumo: |
Introdução: O Burnout e o Sofrimento Moral são transtornos comuns entre profissionais de saúde, levando ao desgaste psíquico moral destes trabalhadores. A organização, a política e a prática de gestão de pessoas têm papel fundamental na forma como o trabalhador se relaciona com o trabalho. Assim, o desgaste psíquico moral e os transtornos por ele causados aos trabalhadores devem ser tratados, pelos gestores e avaliadores dos programas governamentais, como um problema organizacional que requer medidas coletivas e transformações no processo de trabalho, não se restringindo às ações de caráter individual como se observa comumente nas organizações. Na Atenção Primária à Saúde (APS), o desgaste do trabalhador também ocorre, como mostram estudos realizados. Entretanto, ainda são poucos os estudos que propõem intervenções para resolver estes problemas da saúde do trabalhador. O presente estudo foi proposto no intuito de contribuir para preencher esta lacuna. Objetivo Geral: Propor uma oficina para gestores locais da Secretaria Municipal da Saúde de Campinas, em parceria com o Programa Cuidando do Cuidador, com vistas a instrumentalizar os gestores para identificarem e lidarem com situações de burnout e sofrimento moral das equipes de Atenção Primária à Saúde. Desenvolvimento do estudo (Método): Para a elaboração da proposta de oficina, e respectivo material de apoio, para os gestores locais sobre reconhecimento e manejo do sofrimento psíquico moral no trabalho na atenção primária, houve algumas etapas e desdobramentos: Revisão da Literatura para identificar formas de lidar coletivamente com estresse laboral; Reuniões com as profissionais do Programa Cuidando do Cuidador, que integra um conjunto de ações para qualificar a gestão e promover a saúde do Trabalhador da Saúde de Campinas; Contato com grupo de pesquisa e extensão que implementa projetos e práticas para redução do estresse e melhora da Qualidade de Vida do trabalhador no SUS; Contato com o Projeto de Comunicação Não Violenta, do Comitê de Prevenção de Violência do Município de Campinas. Subsidiaram a construção da proposta da oficina alguns referenciais teóricos e estratégias apontadas como benéficas na prevenção e minimização do impacto causado pelo adoecimento laboral: fortalecimento do trabalho em equipe; desenvolvimento de aspectos relacionados à dinâmica de trabalho; habilidades fundamentais para o gestor; fortalecimento dos cinco pilares das relações interpessoais no trabalho, Comunicação Não Violenta, Mindfulness. Resultados (Produtos): Oficina para gestores locais e material de apoio. Os produtos que resultaram desse estudo coadunam com as iniciativas para melhoria do clima organizacional, recomendadas como medidas positivas para prevenção e manejo do desgaste psíquico moral dos trabalhadores em saúde: estimular o trabalho em equipe coordenado e cooperativo, facilitar a convivência e a comunicação no trabalho. O material traz noções de algumas ferramentas que poderão facilitar ao gestor local o reconhecimento e como lidar com este agravo nas equipes de saúde de atenção primária. |
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