Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Sopezki, Daniela da Silva [UNIFESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/49130
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Resumo: |
Um dos principais riscos à saúde do trabalhador da Atenção Primária à Saúde (APS) é a Síndrome de Burnout (SB). Mindfulness é um estado psicológico que está positivamente associado com uma variedade de indicadores de saúde mental. As intervenções baseadas em mindfulness (IBM) são uma alternativa para o manejo do estresse e SB na APS. O objetivo principal deste estudo foi comparar o efeito de uma IBM de oito encontros (G1), na sintomatologia da SB em profissionais da APS, com uma intervenção breve, de quatro encontros, baseada em relaxamento (G2), além de um grupo do tipo lista de espera (G3). A hipótese inicial foi de que a IBM é superior ao relaxamento nas variáveis de interesse. Método: Ensaio Clínico Controlado não-randomizado, com investigação mista. Para a avaliação dos dados quantitativos utilizou-se: questionário de dados sociodemográficos, MBI-GS, para identificar as dimensões da SB, PANAS, para avaliar afeto, FFMQ, para mensurar as facetas de mindfulness, Escala de experiências, para medir descentramento e ruminação e a Escala de Autocompaixão. Resultados: participaram do estudo 142 profissionais de distintos perfis da APS. A prevalência de sintomas de Burnout no total da amostra foi considerada moderada. A exaustão e despersonalização foram correlacionadas com todas as dimensões negativas das demais escalas do estudo. Os resultados do estudo de intervenção confirmaram parcialmente a hipótese de superioridade da IBM. Houve superioridade significativa comparada aos demais grupos nas medidas de: bondade, total de autocompaixão, subescala não-julgar e não-reagir e resultados semelhantes em G1 e G2 nas medidas de exaustão, autocrítica e isolamento. G1 é superior ao G3 nas subescalas: cinismo, afeto positivo e negativo, descentramento, fixação e mindfulness, descrever e observar, enquanto que o G2 não é superior a G3. Em relação aos dados qualitativos, foram comparados dois grupos, G1 e G2, e após análise temática, no pré-teste, para entender as características do sofrimento do trabalhador, chegou-se a nove distintos temas: sobrecarga, sentimento de injustiça, manifestações do estresse (físicas e psicológicas), interferência do estresse na qualidade do trabalho, conflitos na equipe, falta de cuidado com a saúde do trabalhador, estratégias de enfrentamento (absenteísmo e medicalização), expectativas com a intervenção e implantação do cuidado à saúde (barreiras e possíveis facilitadores), todos debatidos em confronto com a literatura. E no pós-teste: percepção sobre o impacto da intervenção, percepção sobre a intervenção (forças e fraquezas), engajamento nas práticas (formais e informais) e novamente implantação e sentimento de injustiça. Conclusão: Foram evidenciados mais e distintos benefícios a favor da IBM, possivelmente por abordar um repertório mais amplo de habilidades cognitivas, porém a intervenção de relaxamento demostrou mudanças significativas no alívio da sintomatologia aguda do estresse e da SB. É necessário projetar medidas preventivas para o cuidado da saúde do trabalhador da APS, que promovam habilidades de atenção e manejo do estresse para lidar com as adversidades constantes deste cenário de atuação, tal como se propõe as intervenções baseadas em relaxamento, compaixão e mindfulness, conforme proposto nesta pesquisa. |