Agricultura e agrossilvicultura urbana e suas políticas públicas: uma análise no município de Piracicaba

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Oliveira, Daniel Azevedo Mendes de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/91/91131/tde-21012019-144052/
Resumo: Com a modernização da agricultura, uma consequência foi o grande êxodo rural que ocorreu no Brasil e na América Latina na segunda metade do século XX. Dessa maneira os alimentos começaram a viajar maiores distancias, consequentemente encarecendo os preços, principalmente dos mais perecíveis, como as hortaliças. Nesse contexto surge a agricultura urbana ocupando espaços vazios urbanos e produzindo alimentos frescos próximos a centros consumidores. O presente trabalho foi realizado no município de Piracicaba, onde existe uma grande quantidade de hortas urbanas; também motivou o início deste trabalho a existência de quintais agroflorestais urbanos, e o conhecimento dos benefícios ambientais que trazem para as cidades de maneira geral, partindo do pressuposto de que existem diversos benefícios ambientais, sociais e econômicos na agricultura e agrossilvicultura urbana. Pensando na questão ambiental, os quintais agroflorestais urbanos podem parecer insignificantes inicialmente, pela própria dimensão física limitada; entretanto, em conjunto eles desempenham uma grande função ambiental, promovendo infiltração da água das chuvas e melhorias no microclima, além do acréscimo de biodiversidade ao ecossistema urbano. As hortas urbanas têm seu potencial ambiental, entretanto a questão estéticas, sanitária e de segurança alimentar são mais facilmente visualizadas, pois efetivamente aumentam a oferta de hortaliças frescas a preços acessíveis dentro das cidades, melhorando a alimentação da população. Entretanto, a questão dos agrotóxicos dentro do ambiente urbano é uma discussão um pouco complexa, que também deve ser trazida em nível de política pública. O presente trabalho parte da hipótese de que políticas públicas que contemplem a multifuncionalidade da agricultura e agrossilvicultura urbana e periurbana trariam o efeito positivo dessa prática para dentro dos municípios. O presente trabalho para da hipótese de que uma política pública de saneamento favorece uma agricultura multifuncional dentro da cidade. Essa tese é dividida em capítulos que constituem artigos. O primeiro capítulo quantifica em área os quintais agroflorestais urbanos dentro da cidade, mostrando que 20% da cobertura arbórea urbana está contida em quintais agroflorestais. O segundo capítulo faz uma análise de dados referentes a classe social de mantenedores de quintais permeáveis nas residências, mostrando que aparentemente a classe média tem menor tendência a manter quintais permeáveis. O terceiro traz um diagnóstico das hortas urbanas de Piracicaba, e a tipificação dos agricultores, como subsídios para conversão para agricultura ecológica. O quarto capítulo faz uma análise de uma política pública ligada com hortas urbanas dentro de Piracicaba, mostrando seus pontos fortes e fragilidades, entre os pontos fortes se destacam o emprego de mão-de-obra, o efeito paisagístico, de limpeza, estética e saneamento e a produção de hortaliças frescas próximas do mercado consumidor reduzindo custo energético com transportes, e das fragilidades a presença de aplicação de defensivos agrícolas dentro da área urbana. Para contemplar a multifuncionalidade das hortas urbanas é importante a existência de políticas locais que contemples a diversidade de aspectos ecológicos econômicos e ambientais da agricultura e agrossilvicultura urbana.