O que o Complexo do Alemão nos conta sobre as cidades: poder e conhecimento no Rio de Janeiro no início dos anos 80

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Matiolli, Thiago Oliveira Lima
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-24112016-131614/
Resumo: Esse trabalho analisa as condições que tornaram possível, e aceitável, a percepção de que favelas diferentes, mas contíguas entre si, fossem apreendidas como uma unidade territorial nomeada do Complexo do Alemão. Tal perspectiva remete a fins da década de 1970 e início dos anos 1980, período reconhecido pela literatura urbana carioca como aquele no qual a solução para o problema da favela, por parte do poder público, passa a ser um conjunto de intervenções diversas, às quais se convencionou nomear de urbanização, em detrimento da política de remoção. Dentre outros elementos, essa reorientação da ação governamental, por um lado, vai desencadear uma abundante produção de informações sobre esses territórios, através da montagem de um quadro técnico qualificado que buscava todo o tempo responder a questão que veio a se colocar para o governo municipal com essa mudança: como urbanizar? Por outro, reflete, também, a influência das transformações na agenda urbana interacional na gestão da cidade do Rio de Janeiro, bem como na de outros municípios do país. A investigação desses aspectos levantou uma dúvida sobre o caráter realmente transformador das políticas de urbanização inicialmente levadas a cabo por um prefeito, Israel Klabin, que era um homem de negócios de sucesso e íntimos de atores econômicos e políticos, nacionais e internacionais. Com entrevistas, pesquisa documental e em jornais da época, propõe-se entender as politicas de urbanização sob a ótica da governamentalização desses territórios, ou, em outras palavras, como uma tecnologia de gestão da população e dos espaços favelados.