Mineralogia e gênese de solos originados de rochas da Formação Irati: região de Piracicaba-SP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1999
Autor(a) principal: Calero Merino, Mariano
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11140/tde-20200111-141531/
Resumo: Na depressão Periférica Paulista da Bacia Sedimentar do Paraná nas proximidades do Arraial de São Bento, no município de Saltinho, Estado de São Paulo, é possível encontrar solos bem drenados associados a solos mal drenados, o que vem dificultar em muito as práticas de manejo, assim como sua utilização intensiva. Nesta região realizou-se uma pesquisa com o intuito de estudar as associações tisicas mineralógicas e químicas de solos de boa drenagem a drenagem restrita, desenvolvidos de rochas da Formação Irati. Num trajeto de 180 m foram abertas 4 trincheiras indo da trincheira de melhor drenagem, designado como T1 (Podzólico Vermelho Escuro, PE), até a trincheira T4 de pior drenagem, designado como T4 (Planassolo Plíntico, Vértico, PL), no centro da depressão. As trincheiras T2 (PE) e T3 (Pozólico Vermelho Amarelo, PV) são intermediárias. Após amostragens dos principais horizontes e camadas, feitas até a rocha, constituída por argilitos e/ou folhelhos associados com o calcário, análises físicas, químicas e mineralógicas foram efetuadas. Os dados morfológicos, granulométricos e mineralógico indicaram a homogeneidade no material de origem. A medida que se transloca do T1 para o T4 a ação das condições dos ambientes aeróbicos e não aeróbicos se manifestam e uma série de reações se processam, principalmente processos de oxi-redução do ferro. Neste processo a redução do Fe3+ para Fe2+ produz um aumento na concentração de Mnn+ e uma redução no pH, induzindo a protólise das lâminas de minerais de argila tomando-os instáveis e possíveis de destruição total e/ou parcial. O meio fica mais ácido e desaturado. Nestes processos parte dos minerais do horizonte argílico do T1 são gradativamente destruídos, principalmente pela ferrólise formando horizontes de transição ao longo da catena e culminando com a formação do horizonte álbico mais arenoso e mais claro no T4. Processos de dessilicatização foram observados sempre no sentido rocha ao horizonte superficial em todos os perfis estudados, assim como processos de bissialitização no sentido T1 ao T4. A dissolução das "bonecas de sílex", processo este que aumenta do T1 ao T4, foi também comprovado. O processo de bissialitização teve seu grau máximo nos horizontes inferiores do T4, culminando com a formação de estruturas em forma de cunha e o caráter vértico. A transformação do horizonte álbico no T4 pela destruição do argílico é sugerido.