Böll e Kempowski: representação da Segunda Guerra Mundial em um romance (Wo warst du, Adam?) e em um \"diário coletivo\"(Das Echolot)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Sousa, Claire Parot de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8144/tde-05082010-141659/
Resumo: O romance Wo warst du, Adam? (1951), de Heinrich Böll, e o \"diário coletivo\" Das Echolot. Barbarossa \'41. (2002), de Walter Kempowski, são representações literárias da Segunda Guerra Mundial. O romance foi escrito e publicado no período do pós-guerra, quando a sociedade alemã se encontrava em meio ao sofrimento por perdas materiais, perdas de familiares, e, também, confusa com a manipulação propagandística que havia sofrido por parte do governo alemão. Começava, ainda, a ter acesso a informações sobre os horrores e crimes bárbaros que haviam sido cometidos por soldados nazistas, principalmente contra o povo judeu. O \"diário coletivo\", por sua vez, é formado por colagens de textos individuais autênticos, escritos em sua maioria durante os acontecimentos da Segunda Guerra Mundial, por seus participantes e por aqueles que vivenciaram tal período. Não há nenhuma voz que relacione os testemunhos, a interpretação de tantas vozes dissonantes fica a cargo, exclusivamente, do leitor. Por haver cinquenta anos de intervalo entre as publicações, além de diferenças quanto ao gênero literário, esta pesquisa tem como objetivo verificar se a mudança de estrutura literária e a focalização das personagens/testemunhas estão ligadas à mudança da perspectiva atual da Segunda Guerra Mundial, a qual decorre da memória coletiva do grupo social sobre um acontecimento passado e da qual a literatura incorpora elementos. Não se trata de um estudo empírico sobre a recepção das duas obras literárias, mas sobre o potencial que as obras têm em configurar uma imagem da guerra para o leitor. Em função disso, estabelece-se uma comparação de algumas personagens e testemunhas centrais, não somente daquelas que participaram ativamente da guerra, mas também de quem esteve atento aos seus desdobramentos ou, ainda, a partir das perspectivas daqueles que seriam classificados como vítimas. O trabalho se abstrai de julgamentos pessoais sobre as testemunhas, mas os textos que produziram são analisados, comparando-as com as personagens ficcionais do romance.