Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Silva, Ana Carolina Gomes da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-13082018-165755/
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Resumo: |
O objetivo desta pesquisa foi aplicar ao Protocolo de Avaliação de Habilidades Linguístico- Pragmáticas de Gerber & Gurland (1989) em falantes de português brasileiro, descrevendo o comportamento linguístico exibido pelos participantes da amostra, e verificando se o desempenho dos voluntários pode ser influenciado por fatores de estilo, trajetória de vida e saúde, relatados em situação interacional a partir da aplicação de um questionário. Este protocolo avalia a ocorrência de quebras conversacionais de fundo linguístico ou pragmático e as estratégias de reparação dessas quebras, em interações dialógicas entre pacientes afásicos e interlocutores não afásicos, a partir da perspectiva do interlocutor, e possui poucos estudos na nossa população falante de português brasileiro. Partindo de uma perspectiva de língua enquanto função cognitiva do cérebro investigou-se se fatores de estilo, trajetória de vida e saúde por poderem afetar a cognição humana também afetariam o desempenho dos participantes. Foram realizadas e analisadas 66 entrevistas gravadas de participantes não afásicos com idade entre 18 e 75 anos de idade, distribuídos em três grupos etários, falantes de português brasileiro, com ensino fundamental completo como escolaridade mínima. As entrevistas foram guiadas por um Questionário de Informações Básicas elaborado pela autora a partir do Modelo STAC-R de Reuter-Lorenz & Park (2014) sobre fatores protetivos e depletivos à cognição humana. As análises de entrevistas que consideravam participantes sem vantagens e/ou desvantagens linguísticas/cognitivas mostraram que as quebras linguísticas apresentaram a seguinte ocorrência: quebras fonológicas mín.: 0, máx.: 3 vezes, quebras por problemas de recuperação lexical, mín.: 0, máx.: 1 vez e quebras por problemas semânticos, mín.: 0, máx.: 1 vez. Com relação às quebras pragmáticas, observou-se o seguinte padrão de ocorrência: por problemas de pressuposição/referência, mín.: 0, máx.: 4, problemas de mudança de turno, mín.: 0, máx.: 1, e no caso de quebras por manutenção de tópico não foram registradas ocorrências nas análises com a presença dos filtros de vantagem/desvantagem. O número de quebras detectadas sem discriminação do tipo de quebra foi mín.: 0, máx.: 5. A utilização de estratégias de reparação do indivíduo na análise em participantes sem vantagens/desvantagens apresentou a seguinte ocorrência: estratégia de reconhecimento, mín.: 0, máx.: 1, repetições:, mín.: 0, máx.: 3, paráfrase, mín.: 0, máx.: 1, adição de informação, mín.: 0, máx.: 3, revisão sintáticosemântica: mín.: 0, máx.: 2. As estratégias de reparação do indivíduo ocorreram no mínimo 0 e no máximo 7 vezes, em situações de ocorrência de quebra. Os resultados também mostraram que apenas a presença de problemas neurológicos foi estatisticamente significante para a ocorrência de quebras linguísticas e para o total de quebras detectadas na amostra. Esse resultado está dentro do esperado pois o protocolo foi elaborado para avaliação de afasia, que é um problema neurológico que afeta a linguagem especificamente. Entretanto, os problemas relatados pelos participantes não incluíam afasia, foram pontuais e bastante anteriores ao momento da entrevista na maior parte das vezes. Concluiu-se, portanto, que o protocolo é um bom instrumento de avaliação individual, sensível à presença de problemas neurológicos em nossa população também. Sugerimos que o protocolo seja utilizado de forma complementar a outros tipos de instrumentos de avaliação de linguagem, por ser específico para a avaliação da comunicação dialógica. |