Perfil funcional da comunicação e a adaptação sócio-comunicativa no espectro autístico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Sousa-Morato, Priscilla Faria
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-24032008-132510/
Resumo: O trabalho fonoaudiológico com crianças do espectro autístico está profundamente relacionado às perspectivas lingüísticas, em especial às teorias pragmáticas, uma vez que as características observadas no comportamento destas crianças são justamente deficitárias nos aspectos propostos por estas teorias, ou seja, as relações entre o uso da linguagem e os aspectos sociais e cognitivos do desenvolvimento. Deste modo, a observação individualizada, detalhada, buscando diferentes análises sobre processos individuais, é fundamental. O objetivo geral deste trabalho foi verificar a existência de correlações significativas entre os dados da adaptação sócio-comunicativa obtidos por meio de entrevistas com os pais e terapeutas, registrados no protocolo de adaptação sócio-comunicativa (Sousa, 2004), e os dados referentes ao perfil funcional da comunicação (Fernandes, 2004), bem como suas possíveis alterações, após um período de aproximadamente 12 meses de terapia fonoaudiológica com crianças e adolescentes com Distúrbios do Espectro Autístico. O método estabeleceu dois estudos: Estudo I: -48 sujeitos, com os quais foram aplicados os protocolos acima citados, e Estudo II -37 sujeitos, sorteados, aleatoriamente, entre aqueles que tinham feito parte do Estudo I e que tiveram atendimento fonoaudiológico no Laboratório de Investigação Fonoaudiológica nos Distúrbios do Espectro Autístico- FMUSP, por aproximadamente 12 meses, sem interrupções maiores do que 4 semanas, e que tinham freqüentado pelo menos 45 sessões, com os quais foram reaplicados os protocolos da pesquisa. No que se refere aos resultados referentes ao acompanhamento longitudinal, por tratar-se de um transtorno em que as grandes diferenças individuais são uma característica marcante, a abordagem considerou cada sujeito como seu próprio controle, visando o melhor aproveitamento dos dados obtidos, sendo assim, possível observar as relações existentes entre a adaptação sócio-comunicativa e o perfil funcional da comunicação. Os resultados obtidos no Estudo I permitem dizer que se observou um número maior de correlações entre a adaptação sócio-comunicativa e o perfil funcional da comunicação quando as terapeutas foram as informantes e não os pais. Em relação ao Estudo II, os resultados demonstraram que ao final de um período de aproximadamente um ano de atendimento fonoaudiológico houve maior convergência entre os dados obtidos com os pais e aqueles obtidos com as terapeutas, no que diz respeito à adaptação sócio-comunicativa, bem como uma maior convergência entre os resultados do perfil funcional da comunicação e da adaptação sócio-comunicativa. Conclui-se que este trabalho contribuiu no sentido de fornecer uma forma de analisar e acompanhar o desenvolvimento de habilidades sociais necessárias para as crianças se adaptarem e funcionarem como parceiros comunicativos. A utilização dos pais e também das terapeutas na coleta dos dados de adaptação sócio-comunicativa mostrou-se de grande valia, possibilitando uma produtiva troca de informações e a formação de parcerias que agem na detecção de possíveis falhas no processo de reabilitação. E, apesar das crianças do espectro autístico apresentarem um desenvolvimento deficitário das habilidades de linguagem, cognição e socialização, ainda sim elas foram capazes de extrair pistas lingüísticas e não-lingüísticas do meio comunicativo, e utilizá-las de forma contextual em sua vida social, associando-as com os ganhos na linguagem e no desempenho sócio-cognitivo.