Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Castro, Camila Gachet de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17136/tde-29092022-171638/
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Resumo: |
O parasita Trypanosoma cruzi é o agente etiológico da Doença de Chagas e sua interação com a célula hospedeira ainda é alvo de estudos, principalmente devido ao número crescente de indivíduos afetados mundialmente e à falta de tratamentos efetivos. Durante o processo de infecção, diversas alterações ocorrem na célula hospedeira após o contato com o parasito, levando a modificações no metabolismo celular e alterações morfológicas. Na literatura, já foi descrito que patógenos intracelulares são capazes de controlar a célula hospedeira durante a infecção podendo alterar o seu compartimento nuclear. No entanto, pouco se sabe sobre a organização nuclear e regulação da atividade transcricional da célula hospedeira quando infectada pelo T. cruzi. O objetivo desta tese de doutorado foi de investigar as proteínas envolvidas nos processos de transcrição e splicing em células não fagocíticas durante a progressão da infecção pelo T. cruzi. Estes estudos são uma continuação das investigações iniciadas no meu mestrado, onde demonstramos pela primeira vez que ocorre uma modulação em algumas proteínas das maquinarias de transcrição e splicing na célula hospedeira quando infectada pelo T. cruzi. Para realização da metodologia empregada utilizamos células não fagocíticas LLC-MK2 infectadas com T. cruzi, as quais foram comparadas com células não infectadas (controle). Nossos dados se basearam em análises de imagens obtidas em microscópio confocal e eletrônica, análises de expressão gênica e proteica, além de checagem da atividade do splicing. Os resultados mostraram que durante a infecção, ao entrar na célula hospedeira, o parasita migra para perto do núcleo causando uma deformação no envelope nuclear e isto pode alterar a conformação da cromatina. Durante a infecção na célula hospedeira, a RNA polimerase II é regulada, de maneira dependente do tempo, resultando em uma pausa da sua atividade transcricional. Além disso, os fatores de splicing são regulados negativamente de maneira dependente do tempo, após 12 horas de infecção, e isto ocorre paralelamente ao rompimento do vacúolo parasitóforo. Ainda, o fator auxiliar de splicing U2AF35 é sequestrado pelo parasita, impedindo que desempenhe seu papel no processamento do RNA no hospedeiro. Em conjunto, os resultados sugerem fortemente a existência de um mecanismo desenvolvido pelo T. cruzi, regulando o processo de splicing da célula hospedeira a seu favor, o que foi demostrado através do ensaio de splicing in vivo usando o minigene repórter E1A. Esse trabalho fornece evidências de uma relação molecular complexa entre o T. cruzi e o núcleo da célula hospedeira durante a infecção favorecendo sua permanência e sobrevivência. Desta forma, este estudo pode contribuir na identificação de novas vias e alvos para a intervenção de quimioterápicos a serem utilizados para combater a Doença de Chagas. |