Avaliação da hemodinâmica uterina em cadelas com piometra submetidas a diferentes protocolos de tratamento medicamentoso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Rosa Filho, Roberto Rodrigues da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10131/tde-19122019-111100/
Resumo: O complexo hiperplasia endometrial cística - Piometra é uma desordem endometrial das cadelas, sendo a mais comum e importante dentre as afecções uterinas. A ovariohisterectomia é a principal escolha terapêutica, porém, protocolos de tratamento farmacológico surgiram como substitutivos à cirurgia. No entanto, não há estudos que avaliem a hemodinâmica uterina durante o tratamento conservativo, além de características morfométricas uterinas, após distintos tratamentos medicamentosos para piometra. Portanto, o objetivo deste trabalho foi comparar a eficácia do tratamento, a resposta medular, hemodinâmica, vascularização e características morfológicas uterinas após distintos tratamentos medicamentosos para piometra em cadelas. Para tanto, 17 cadelas com diagnóstico de piometra foram alocadas em 3 grupos: controle (submetidas à ovariohisterectomia logo após o diagnóstico), aglepristone (submetidas a protocolo de tratamento com aglepristone na dose de 10 mg/Kg, SID, SC, nos dias 1, 2 e 8 após o diagnóstico) e grupo associação (submetidas a tratamento com aglepristone, além da administração de prostaglandina sintética na dose de 1 µg/kg, SID, IM por 7 dias). A avaliação clínica (FC, FR e temperatura corpórea) foi realizada nos dias 1 e 2 após o diagnóstico, sempre nos seguintes momentos: pré-tratamento, 15 e 60 minutos após aplicação do protocolo terapêutico. Para avaliar o curso dos protocolos de tratamento, foram realizadas análises laboratoriais nos dias 1, 4 e 8 após o início da terapia e avaliações diárias por ultrassonografia modo-B e Dopplervelocimetria das artérias uterinas direita e esquerda. No 9º dia após início do tratamento, as cadelas foram submetidas a ovariohisterectomia e o útero processado para estereologia (morfologia uterina) e imunoistoquímica para expressão do fator VEGF-A. Para a análise temporal, as variáveis clínicas, laboratoriais e ultrassonográficas foram avaliadas pelo teste T de Student e LSD. O efeito dos tratamentos sobre a avaliação do Doppler modo-B e colorido foram analisados pelo teste ANOVA. Para a avaliação de Doppler Espectral, imunoistoquímica e estereologia, os dados foram avaliados pelo teste ANOVA / LSD na comparação entre os tratamentos, e teste T de Student / Wilcoxon entre os graus de comprometimento da artéria uterina. Foi realizado a análise de correlação utilizando os testes de Pearson e Spearman (p≤0,05). Na avaliação clínica, o grupo Associação alterou a frequência respiratória até 15 minutos pós-aplicação e houve diminuição da temperatura corpórea entre o 1º e 2º dias. Na avaliação laboratorial, foi observada diminuição dos valores de proteína plasmática no grupo Aglepristone entre o 1º e 4º dia de tratamento e da contagem de leucócitos ao longo do tempo em ambos tratamentos, além de menor contagem de hemácias e hematócrito no grupo Associação. Na avaliação temporal, houve diminuição do perímetro, área e escore de vascularização uterina. O grupo Associação apresentou menor velocidade diastólica final e maior relação sístole:diástole (SD), índice de pulsatilidade (PI) e resistividade (RI), independente do curso da terapia. Ao final do tratamento, os grupos Aglepristone e Associação apresentaram menor perímetro, área e escore de vascularização uterina, assim como menor velocidade diastólica final, além de maior PI, RI e SD, na artéria mais comprometida, em comparação ao Controle. O grupo Aglepristone apresentou menor fração de volume do infiltrado inflamatório e maior fração de volume do estroma uterino. Além disto, houve menores valores de volume e superfície de cistos endometriais e menor expressão do fator VEGF-A no grupo Associação. Em conclusão, a despeito da eficácia dos diferentes tratamentos medicamentosos, o protocolo com Aglepristone é mais eficaz para reversão das alterações clínico- laboratoriais da piometra. Por outro lado, a terapia associativa é mais eficaz em diminuir a vascularização uterina e modular o fluxo sanguíneo e hemodinâmica uterina. Ademais, a terapia medicamentosa em associação do aglepristone e prostaglandina promove alterações morfológicas uterinas, tais como diminuição da quantidade de cistos endometriais, além da diminuição da angiogênese local.