Participação do TNFR1 nos efeitos da ouabaína na sinalização inflamatória no hipocampo de camundongos.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Kinoshita, Paula Fernanda
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
LPS
TNF
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42136/tde-16102019-170827/
Resumo: O efeito anti-inflamatório da ouabaína tem sido demonstrado no sistema nervoso central. Baixas doses de ouabaína se ligam à Na+,K+-ATPase e ativam vias de sinalização relacionadas a crescimento, apoptose e inflamação. Nosso grupo mostrou que a ouabaína modula a expressão de BDNF, TNF e IL-1<font face = \"symbol\">b. TNF tem um papel importante na inflamação e possui uma resposta complexa; e pode ser encontrado em duas formas: TNFtm (transmembrana) e TNFsol (solúvel). TNFsol é resultante da clivagem de TNFtm pela enzima TACE/ADAM 17. As duas formas de TNF interagem de forma diferente com os receptores de TNF: TNFR1 e TNFR2. TNFR1 possui um domínio de morte e é relacionado à via clássica de TNF com um perfil pró-inflamatório e pró-apoptótico. O objetivo do presente trabalho foi elucidar o papel do TNFR1 frente a estímulos com ouabaína e LPS. Foram utilizados camundongos TNFR1 KO para estudar o receptor. Os animais foram tratados com ouabaína ou salina seguido de uma segunda injeção de LPS ou salina. Depois de 2 horas da segunda injeção, hipocampo e córtex foram dissecados para os ensaios bioquímicos. Para os testes de comportamento, os animais foram avaliados no teste de campo aberto 1 dia após o tratamento; e no ensaio de esquiva inibitória 3 dias após o desafio. Os resultados mostraram que o LPS aumenta os níveis de TNF no soro dos animais WT e TNFR1 KO, mas a quantidade de TNF liberado no animal TNFR1 KO era superior ao no animal WT. A liberação de TNF é aumentada e a expressão de TNFR2 é diminuída no hipocampo somente nos animais TNFR1 KO tratados com LPS. IL-1<font face = \"symbol\">b é aumentado apenas no grupo WT tratado com LPS, mostrando que o TNFR1 modula a expressão de IL-1<font face = \"symbol\">b no hipocampo. O BDNF é aumentado no grupo TNFR1 KO tratado com LPS, mas ao mesmo tempo, a expressão de TrkB não é modulada pelo LPS como no grupo WT. Isto causa mudanças importantes no comportamento como os animais TNFR1 KO tratados com LPS apresentam diminuição na velocidade média e no tempo no centro. Estes dados demonstram que a resposta ao tratamento com LPS é mais severa nestes animais, refletindo maior comportamento ansioso. A ouabaína também aumenta a distância percorrida durante todos os experimentos nos animais WT, o que não foi encontrado nos animais TNFR1 KO, mostrando que o aumento de locomoção e exploração são dependentes de TNFR1. No ensaio de esquiva inibitória, o tratamento com ouabaína no grupo WT levou a um aumento no tempo de latência no dia 2, enquanto que no grupo TNFR1 KO este efeito foi perdido. Entretanto, nos animais TNFR1 KO, houve um aumento no tempo de latência no dia 2 no grupo controle e ouabaína+LPS, mostrando que a ouabaína de alguma forma depende de vias inflamatórias para ser protetora. Logo, nosso estudo mostrou a relevância da sinalização do TNFR1 no hipocampo e como isso pode ser um alvo importante para a neuroinflamação.