Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Cachioni, Marcelo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16138/tde-12072013-103757/
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Resumo: |
A presente tese consiste em analisar e compreender os projetos e arranjos tipológicos de unidades habitacionais destinadas às classes operárias construídos no Estado de São Paulo entre o final do século XIX e meados do XX, período que configura o primeiro ciclo industrial moderno brasileiro. As unidades eram edificadas basicamente por empreiteiros interessados no lucro dos aluguéis e por empresários paternalistas que ofereciam moradia aos seus funcionários. Para melhor compreender como os projetos de vilas operárias se disseminaram pelo território paulista, realizou-se uma investigação mais ampla, na qual foram estudadas as origens da habitação operária na Inglaterra - país pioneiro no processo de industrialização - e seus ecos na Europa, em países como França, Alemanha, Itália e Portugal. As evidências indicam que quando da transferência dos trabalhadores rurais para as cidades, seus habitantes levaram consigo hábitos e modelos de moradia como os cottages ingleses, que já eram insalubres no campo e considerados em áreas urbanas como focos de contágio de doenças. Diversas teorias sociais utópicas, planos urbanísticos e iniciativas públicas, filantrópicas e empresariais foram desenvolvidas para se compreender e para corrigir como o processo de construção de uma política habitacional se configurou na Europa. Uma extensa investigação sobre a habitação operária de Lisboa, a partir do estudo de 50 pátios e vilas, foi também realizada com o objetivo de verificar e constatar as influências de modelos habitacionais operários portugueses no Brasil. Autores portugueses classificam as tipologias das vilas operárias edificadas no período estudado em Lisboa da seguinte forma: casas geminadas, vilas em carreira e em bloco, vilas formando pátio, vilas construídas atrás de prédios, vilas formando ruas, vilas de escala urbana, vilas integradas nas fábricas e os bairros sociais. A partir do conhecimento sobre as tipologias e políticas habitacionais europeias foram realizados o estudo e a análise das primeiras habitações destinadas aos trabalhadores brasileiros, partindo da zona rural com as senzalas (habitação destinada aos trabalhadores escravos) e sua evolução para as colônias rurais (destinadas aos imigrantes que substituíram o trabalho escravo), com a percepção da influência direta de modelos trazidos da África e da Europa, principalmente da Itália, na constituição dos projetos habitacionais - os quais também se deram nas cidades com a edificação de inúmeras vilas operárias. Foi possível identificar em território paulista semelhanças muito significativas com o processo de industrialização de Lisboa e também as mesmas tipologias habitacionais encontradas na capital portuguesa e classificadas por autores portugueses. Assim como foram encontradas nas cidades europeias, na maioria dos casos (salvo as habitações informais como os cortiços), os projetos a partir da intervenção governamental, passaram a ser influenciados por uma intenção panóptica de controle e vigilância com vistas a um lar saneado para um morador consciente de seus deveres e obrigações sociais. Também, foi possível perceber que os projetos de unidades habitacionais paulistas se desenvolveram com influência direta das diversas teorias sociais, planos urbanísticos e políticas habitacionais europeias, incluindo arranjo tipológico e espacial, além da dificuldade de acesso por conta de valores altos de aluguéis. |