As práticas de leitura literária de adolescentes e a escola: tensões e influências

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Oliveira, Gabriela Rodella de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-31012014-121057/
Resumo: Esta tese tem por objetivo descrever, analisar e interpretar as práticas de leitura literária de adolescentes que frequentam a escola. Para tanto, optou-se por uma pesquisa de caráter exploratório realizada com alunos do primeiro ano do ensino médio matutino de quatro escolas paulistas, duas da rede pública estadual e duas da rede particular, três delas situadas na capital e uma delas pertencente à região metropolitana da cidade de São Paulo. A coleta dos dados, realizada nos estabelecimentos escolares no segundo semestre de 2011, se deu por meio da articulação entre questionários com perguntas fechadas e abertas respondidas por 289 alunos e entrevistas realizadas com 63 desses alunos em aproximadamente cinco horas de gravações. A análise dos dados evidencia: 1) o forte apelo da cultura de massa presente nas práticas de leitura literária de best-sellers que os adolescentes de todos os extratos sociais escolhem fazer por conta própria; 2) a tensão existente entre os estudantes e a leitura dos livros requisitados pela escola causada pela obrigatoriedade, pelas dificuldades encontradas de ordem linguística ou de intelecção e pelos prazos e avaliações implicados nessas leituras; 3) a desconsideração, por parte dos agentes escolares, das leituras que os alunos praticam espontaneamente; 4) a demanda por uma mediação adequada para a leitura dos livros indicados pela escola por parte dos alunos; 5) a influência do nível socioeconômico e de formação das famílias de origem dos estudantes no que tange aos espaços e tempos disponíveis para a prática da leitura e ao acesso tanto no que refere ao objeto livro de modo geral, como à literatura considerada legítima dentro do campo literário. Observa-se, assim, o modo como a escola interfere na formação de leitores literários, tendo sido possível vislumbrar caminhos para o ensino da leitura literária para os adolescentes de hoje. A análise dos dados relativos ao que prende esses jovens nas leituras que praticam por conta própria e ao que os distancia da leitura dos clássicos escolares foi realizada à luz de conceitos da Psicologia Social (S. Moscovici); da História Cultural do Livro e da Leitura (R. Chartier); da Sociologia da Leitura (P. Bourdieu, B. Lahire, C. Baudelot, M. Cartier e C. Detrez); da crítica literária (H. R. Jauss, W. Iser, U. Eco, S. Fish, J. P. Paes, M. Sodré e S. Reimão); e das pesquisas sobre ensino de literatura e de leitura literária (J. M. Goulemot, A. Rouxel, V. Jouve, M. Butlen, M. T. F. Rocco, A. Vieira, C. Leahy-Dios, W. R. Cereja, M. Z. Versiani Machado, M. P. Pinheiro, N. L. Rezende, entre outros).