Restrição financeira em empresas brasileiras: caracterização em abordagem multicritério

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Miori, Celso
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-28062019-160115/
Resumo: Ampliando e aprofundando o conhecimento a respeito do fenômeno da Restrição Financeira em empresas brasileiras, este trabalho apresenta o desenvolvimento e aplicação de metodologia voltada a obter um medidor confiável da intensidade de restrição financeira de uma empresa, a partir de suas próprias demonstrações financeiras. A amostra utilizada abrangeu 273 empresas, de 105 diferentes setores de atuação (classificação NAICS), por um período de 23 anos (1995-2017). Depois de caracterizar a evolução do pensamento acadêmico sobre o tema nos últimos 50 anos, foi especificado e aplicado um composto metodológico estruturado em duas partes: I) Compondo a Questão Metodológica A, e visando detectar a superioridade de um de três critérios de agrupamento testados para caracterizar empresas restritas e irrestritas (tamanho, dividendos ou variável especialmente criada a partir das demonstrações financeiras), foi utilizada uma bateria de testes composta de cinco modelos econométricos básicos e algumas variantes; II) A partir do critério identificado como superior (variável especialmente criada), e compondo a Questão Metodológica B, seguiu-se a especificação e aplicação de metodologia voltada a possibilitar que esse critério pudesse produzir o efeito máximo que lhe é atribuído. Os resultados obtidos (indicando elevada significância estatística e alta magnitude econômica dos achados com o uso da citada variável de segregação) podem ser considerados um primeiro e importante passo na compreensão do fenômeno da restrição financeira atuando nas empresas brasileiras, sob uma ótica multidimensional. Com o uso da referida variável de segregação, ficou comprovada a relação negativa entre captação de recursos externos e rentabilidade (pecking order theory), mas apenas para as empresas irrestritas. As restritas, ao contrário, tendem a não abrir mão de captar recursos externos, mesmo com geração positiva de caixa. Também, procuram acumular, nos itens do ativo circulante, os excedentes resultantes de lucros, com isso sinalizando a preferência por construir folga financeira, em vez de destinar imediatamente tais recursos para investimentos. Estes últimos, por sua vez, ao serem concretizados, tendem a ser utilizados, ainda no caso das restritas, como colaterais na captação de mais recursos externos, configurando um expressivo multiplicador de crédito. Como já mencionado anteriormente, esses achados têm expressiva significância estatística e alta relevância econômica. Várias direções de desenvolvimento futuro do tema foram identificadas e explicitadas.