Impacto de crises sobre investimentos e financiamentos de empresas brasileiras: abordagem no contexto de restrições financeiras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Franzotti, Tatiane Del Arco
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/96/96133/tde-01102018-112027/
Resumo: Em momentos de crises financeiras, problemas decorrentes de assimetrias informacionais são intensificados, prejudicando a canalização de recursos para detentores das melhores oportunidades de investimento, conforme Mishkin (1992). Nesse sentido, crises tendem a intensificar restrições financeiras, podendo impactar investimentos e financiamentos das empresas de formas distintas. Dito isso, este estudo tem por objetivo investigar os impactos de crises financeiras sobre investimentos e financiamentos de empresas brasileiras restritas e não restritas, analisando, especificamente, o impacto da crise do subprime de 2008 e da recente crise de 2015. As empresas foram classificadas em restritas e não restritas segundo dois critérios: interseção entre tamanho e idade e existência ou não de rating, contando com 203 empresas de capital aberto no modelo de investimentos e 192 empresas no modelo de financiamentos. Foram utilizados dados trimestrais entre o primeiro trimestre de 2007 e o terceiro trimestre de 2016, adotando como método a análise de dados em painel. Os resultados indicam que, tanto pelo critério tamanho e idade quanto pelo critério de rating, somente a crise de 2015 impactou, negativamente, os investimentos das empresas, sendo esse impacto maior sobre empresas restritas. Analisando a sensibilidade dos investimentos ao caixa em momentos de contração na oferta de recursos, há indícios de que, pelo critério tamanho e idade, caixa foi mais relevante para as empresas restritas nas crises de 2008 e 2015 em comparação às empresas não restritas, enquanto, pelo critério de rating, somente na crise de 2015. O impacto de crises sobre a alavancagem foi mais evidente pelo critério de rating, em que a crise de 2008 mostrou impacto maior, negativamente, sobre a alavancagem de empresas restritas, acompanhado de um aumento na proporção das dívidas de curto prazo principalmente para essas empresas. A crise de 2015 não impactou de forma diferente a alavancagem e a maturidade das dívidas de empresas restritas e não restritas. Em suma, há indícios de impactos maiores de crises sobre investimentos e financiamentos de empresas restritas em comparação a empresas não restritas, sendo que a crise de 2008 apresentou impactos mais relevantes sobre a alavancagem e a crise de 2015 apresentou impactos mais relevantes sobre investimentos.