O uso de antimicrobianos em Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Jucá, Francimar Leão
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6135/tde-20022017-092823/
Resumo: Introdução: O uso de formas farmacêuticas inadequadas à pediatria, também conhecido como uso off-label, pode levar a uma terapia medicamentosa insegura. No ambiente hospitalar, em especial nas Unidades de Terapia Intensiva Pediátrica, há alta prevalência de prescrições com medicamentos não apropriados para crianças, entre eles os antimicrobianos, devido à gravidade das infecções, o estado crítico dos pacientes internados, a maior realização de procedimentos invasivos e uma maior incidência de bactérias resistentes. Em geral, o uso de antimicrobianos em crianças, bem como dos demais grupos farmacológicos, tem sido baseado principalmente em extrapolações e adaptações do uso em adultos, informações obtidas de raros estudos observacionais e consensos de especialistas na área. Devido ao estado crítico dos pacientes, as complexas terapias envolvendo antimicrobianos nem sempre são feitas de forma adequada, podendo trazer prejuízos à saúde dos pacientes e contribuir, ainda, para a resistência bacteriana. Objetivo: Avaliar a incidência do uso de antimicrobianos em pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica. Método: Estudo do tipo transversal realizado na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica do município de Rio Branco, Acre, no período de agosto de 2014 a julho de 2015. A amostra foi composta por 246 crianças de zero a onze anos de idade, internadas com quaisquer patologias. Foram analisadas as prescrições das primeiras 24 horas. Pesquisou-se o uso off label de antimicrobianos e potenciais interações medicamentosas com esses medicamentos. Resultados: Duzentas e trinta e uma crianças (93,9 por cento ) receberam a prescrição de pelo menos um antimicrobiano. O antimicrobiano mais prescrito foi a ceftriaxona. Em média, cada paciente recebeu dois antimicrobianos. Em 66,8 por cento dos casos, houve uso off-label, sendo a dose prescrita superior ao recomendado em 41 por cento , dos casos. Em 56 por cento das prescrições havia pelo menos uma potencial interação medicamentosa envolvendo antimicrobianos. Ampicilina e gentamicina foram os antibióticos que mais se envolveram em interações. Conclusões: a alta frequência do uso off-label e interações medicamentosas potenciais envolvendo antimicrobianos foi confirmada neste estudo. Tratar crianças como adultos pequenos pode expor esses pacientes a eventos adversos a medicamentos que comprometem a segurança desse grupo específico de pacientes. Isso aponta para a necessidade de equipes multidisciplinares trabalharem em conjunto e serem estimuladas a realizar mais estudos que garantam a segurança do uso de medicamentos na pediatria.