Urbanismo carbocêntrico: uma miragem ecocapitalista nas cidades segregadas, um estudo de caso de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Franco, Fernando Tulio Salva Rocha
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16139/tde-15082024-110043/
Resumo: Este trabalho aborda o processo histórico de produção social e ecológica do espaço urbano a partir da experiência brasileira, partindo das relações entre estruturação urbana, desigualdades socioambientais e emergência climática. Valendo-se da produção bibliográfica sobre o tema, defende que as disputas socioecológicas no ambiente urbano orbitam em torno de três representações contemporâneas do urbanismo: o urbanismo da colonialidade, marcado pela segregação socioterritorial, pelo rodoviarismo e pelo extrativismo urbano; o urbanismo carbocêntrico, uma manifestação das miragens do capitalismo verde sublinhada pelo surgimento de outras formas de extrativismo, gentrificação e financeirização em que carros elétricos, voadores e edifícios verdes emergem na paisagem das cidades; e o urbanismo ecológico decolonial, capaz de enfrentar as hierarquizações, dominações e explorações sociais e ecológica de forma integrada, não privilegiando um único componente da crise. Para isso, vale-se de um estudo de caso da cidade de São Paulo, partindo: i) da análise de sua história, investigando os laços entre desigualdades e crise ecológica; ii) da avaliação do desenho e da implementação do Plano de Ação Climática da Cidade de São Paulo 2020-2050 (PlanClima SP) a partir dessas dimensões, e iii) do desenvolvimento de um modelo para estabelecer cenários no horizonte de 2050, meta definida pelo Acordo de Paris para a neutralidade de carbono, a partir da previsão da expansão do sistema de transporte público coletivo (metrô, trem e corredores de ônibus) e da rede cicloviária. Para além da comparação entre as projeções de desigualdades de acesso à infraestrutura de mobilidade e (des)carbonização, são feitos cruzamentos destes resultados com marcadores sociodemográficos de renda, raça e faixa etária, valendo-se de dados abertos obtidos no âmbito do Projeto de Desigualdades de Acesso do IPEA. Os resultados mostram que, mesmo com a ampliação das referidas redes e redução das emissões, observa-se em todos os casos, mesmo que em diferentes níveis, o aprofundamento dos padrões de apropriação desigual das vantagens e desvantagens do processo socioecológico de produção do espaço urbano.