Seleção de microorganismos antagônicos a Pyricularia oryzae Cav. para o controle da Brusone do arroz (Oryza sativa L.)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1988
Autor(a) principal: Bettiol, Wagner
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11135/tde-20191220-135003/
Resumo: Levantamentos de microrganismos, a maioria de solos e de várias partes do arroz, efetuados através de isolamento e este qualitativo de antagonismo in vitro em BDA (batata, dextrose, ágar) evidenciam a alta freqüência de antagonistas a Pyricularia oryzae: 348 de um total de 472 isolados. A maior freqüência foi obtida de folhas, seguida de raízes, sementes e solo. Em todas as localidades amostradas foram isolados antagonistas. Utilizando a técnica de cultura dupla (antagonistas vs. P. oryzae e tendo como parâmetros a porcentagem de inibição do crescimento micelial do patógeno (PIP) e a relação PIP/crescimento do antagonista, dos 348 isolados comparados foram selecionados os 27 mais eficientes, de códigos AP-3, AP-12, AP-42, AP-48, AP-49, AP-51, AP-85, AP-91, AP-94, AP-105, AP-114, AP-115, AP-137, AP-150, AP-165, AP-181, AP-183, AP-203, AP-323, AP-332, AP-339, AP-366, AP-401, AP-420, AP-429 e AP-471. Esses isolados foram preservados pelos métodos de repicagens sucessivas, de Castellani e de solo estéril, mantendo a viabilidade e a capacidade antagônica por pelo menos, 6 meses, 2 anos e um ano, respectivamente. Para estabelecer a posição sistemática dos 27 selecionados, foram determinadas a morfologia celular, as dimensões celulares, os aspectos das colônias em meio de cultura, o crescimento em diferentes temperaturas, as reações aos métodos de coloração, as reações a meios seletivos e as reações bioquímicas, tendo sido verificado que todos pertencem a ordem Eubacteriales, família Bacillaceae, gênero Bacillus subtilis. O antagonismo apresentado por B. subtilis a P. oryzae verificado em todos os ensaios foi do tipo antibiose. Os antibióticos liberados por B. subtilis inibem tanto o crescimento micelial como a germinação de conídios de P. oryzae; conídios germinados podem apresentar tubo germinativo deformado. As substâncias antagônicas liberadas por B. subtilis são termoestáveis, agem em baixas concentrações e não são específicas inibindo também o crescimento de outros fungos. Mesmo não apresentando diferença estatisticamente significativa, o isolado de B. subtilis de código AP-150 apresentou comportamento superior aos tratamentos utilizados como padrões (kasugamicina e benomyl) no controle da Brusone em condições de campo em dois anos agrícolas (85/86 e 86/87). O conjunto dos resultados indica que as perspectivas de controle da Brusone do arroz com Bacillus subtilis e/ou seus metabólitos são promissoras.