Resumo: |
Objetivando estudar causas da variação patogênica do fungo Pyricularia oryzae Cav., oito isolados de Pyricularia spp. provenientes de gramíneas não cultivadas e cinco raças provenientes do arroz foram caracterizados sob o ponto de vista patológico, enzimático, morfológico e fisiológico. Os testes de patogenicidade utilizando hospedeiros diferenciais de arroz e outras gramíneas, evidenciaram patogenicidade das raças do fungo do arroz a algumas destas espécies de gramíneas, principalmente a Paspalum notatum um Flugge e a Paspalum paniculatum. Os isolados de Pennisetum setosum (Swartz) L. e Hyparrhenia rufa (Nees.) Stapf. foram patogênicos a algumas variedades de arroz. Também houve uma variação de padrões de reações das raças de arroz explicadas pelas condições diferentes de ambiente entre os três experimentos. A análise eletroforética de cinco sistemas enzimáticos (esterase, fosfatase ácida, malato desidrogenase, superóxido dismutase e leucina aminopeptidase) revelou padrões de bandas similares entre as raças de arroz e considerável diversidade entre os outros isolados, sugerindo a uniformidade genética entre fungos provenientes do mesmo hospedeiro (arroz) e diversidade genética entre isolados de outras espécies não cultivadas. Portanto, a variação da patogenicidade entre as raças de arroz não pode ser detectada através dos sistemas enzimáticos utilizados. Os isolados de P. setosum e H. rufa apresentaram os mesmos padrões de bandas que as raças isoladas do arroz. De uma maneira geral, as características morfológicas de colônia foram variáveis, sendo que os conídios de P. oryzae do arroz tinham tendência de serem mais alongados. Os isolados de P. setosum e H. rufa apresentaram morfologia de colônia e dos conídios semelhantes aos das raças de arroz. As células dos conídios eram uninucleadas. A análise da velocidade de crescimento em três meios de cultura (BDA, AVEIA e definido B) mostrou diferenças entre as raças de arroz e isolados de outras gramíneas. De acordo com a caracterização patogênica, enzimática, morfológica e fisiológica, sugere-se que os isolados de Pyricularia spp. obtidos de P. setosum e H. rufa sejam Pyricularia oryzae Cav. utilizando estas plantas como hospedeiros alternativos. Isto também pode explicar a ocorrência da doença em áreas onde esta ainda não havia sido constatada. |
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