Aspectos da vida acadêmica associados ao uso de álcool e outras drogas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Fachini, Alexandre
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17148/tde-22102013-141513/
Resumo: INTRODUÇÃO: Estudos sinalizam que a experiência universitária corresponde a um momento de maior vulnerabilidade para o consumo de álcool e outras drogas. Essa afirmativa decorre da maior prevalência do consumo de substâncias observada entre universitários em comparação a outras amostras populacionais, inclusive jovens não universitários. OBJETIVOS: Avaliar a associação entre o uso de álcool e outras drogas (ilícitas e medicamentos) com variáveis do contexto acadêmico e os significados atribuídos pelos estudantes sobre essa relação. METODOLOGIA: Estudo longitudinal prospectivo de tratamento quantitativo e qualitativo dos dados realizado com 85 estudantes da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Foi utilizado um questionário contendo questões estruturadas para avaliar os aspectos envolvidos na experiência estudantil e os instrumentos de pesquisa AUDIT (Alcohol Use Disorders Identification Test) e DUSI (Drug Use Screening Inventory) para avaliar o uso de álcool e de outras drogas, respectivamente. Também foram realizadas entrevistas semiestruturadas com alguns participantes e subsequente análise de conteúdo. RESULTADOS: Homens aumentaram o padrão de binge drinking, indicando um risco substancial nos períodos finais do curso universitário (p<0,001; OR=10), igualmente para os estudantes satisfeitos com o curso (p=0,04; OR=17). Por sua vez, no início do curso, estudantes que se autoavaliaram com desempenho escolar sem prejuízos decorrentes do consumo de drogas, apresentaram um risco três vezes maior para binge drinking, sugerindo um sentimento de onipotência e imunidade aos efeitos do beber excessivo. Ao contrário, a mesma característica foi protetora para o consumo de drogas ilícitas e medicamentos, indicando um possível distanciamento de usuários dessa classe de substâncias. A análise qualitativa das entrevistas revelou uma interação entre um conjunto de categorias, especialmente, a dissociação entre conhecimento e práticas do beber, rotina estudantil estressante, peculiaridades do grupo de amigos, festas e o sentimento de liberdade em não residir com os pais. CONCLUSÕES: Diferentes variáveis parecem atuar em cada momento específico da formação acadêmica. Apesar de não ser possível traçar um perfil que se configure como risco ou proteção, existem aspectos pertinentes ao contexto da vida estudantil associados ao comportamento do consumo de substâncias. Associações observadas revelam a necessidade de ações de curto prazo que se orientem no conceito de redução de danos. Além disso, centros especializados de apoio ao estudante e ações que privilegiem a dimensão psicopedagógica no contexto da formação acadêmica podem ser um importante meio de auxílio imediato aos jovens estudantes.