O papel da memória construtiva na produção de narrativa oral infantil a partir da leitura de imagens em sequência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Fiorindo, Priscila Peixinho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-03022010-155318/
Resumo: Partindo do pressuposto de que memória e narrativa são elementos inseparáveis, pois para se contar uma história é preciso ter um conhecimento prévio, ou seja, a estrutura narrativa (script) armazenada na memória, a presente pesquisa tem como objetivo principal verificar o papel da memória construtiva em histórias orais, produzidas por crianças, a partir da leitura sequencial de imagens. Para tanto, nos apoiamos em Flavell, Miller & Miller (1999), que compartilham com a visão de Piaget de que o armazenamento de informações é construção; e a recuperação delas é reconstrução, em que o sujeito deve fazer inferências a partir daquilo que está na superfície contextual, denominado, assim, esses dois processos de memória construtiva. Levando em conta que a leitura de imagens faz parte da decodificação e construção de significados de mundo, elegemos as cinco sequências de imagens, retiradas da história A pedra no caminho, extraída do livro Esconde-esconde (FURNARI, 1988). Participaram desse estudo, doze crianças brasileiras, de 5, 8 e 10 anos de idade, de ambos os sexos, de uma instituição particular de ensino. Nesta perspectiva, o método constituiu-se em apresentar para as crianças, num primeiro momento, uma imagem de cada vez, na tela do computador. Logo em seguida, foram expostas as sequências das cinco imagens no conjunto. Após a visualização das imagens, as mesmas foram retiradas e as crianças foram solicitadas a contar a história. Os dados foram gravados em câmera de vídeo digital, com gravador de áudio e transcritos com base nas Normas do Projeto NURC/USP, propostas por Preti e Urbano (1990). De acordo com a natureza dos dados coletados, direcionamos a atenção, também, à memória episódica (TULVING, 1972), responsável pelo armazenamento dos eventos, mas sem perder de vista a memória semântica, onde estão as informações do conhecimento de mundo do sujeito. Os resultados confirmam divergências significativas, nas produções narrativas das crianças, nas diferentes faixas etárias, quanto à utilização dos elementos linguísticos e discursivos. Neste aspecto, não observamos distinção relevante, nas produções de histórias entre meninos e meninas. Outro fator interessante, é que as crianças, independente da idade e do sexo, se posicionam diante dos fatos narrados, apresentando pontos de vistas, crenças e valores, mostrando, dessa maneira, a originalidade e a autoria em suas histórias. As conclusões, por sua vez, evidenciam que as narrativas construídas pelas crianças é uma atividade que abrange o uso de mecanismos de funcionamento da memória de curto prazo, onde estão presentes as informações recentes (as imagens, antes visualizadas) e da memória de longo prazo (memória semântica e episódica). Todas estas informações, provenientes dos diferentes sistemas de memória, são recuperadas e reelaboradas, por meio do script, na memória construtiva infantil para o enredo acontecer.