"Em torno da narrativa / narração: a proposta revisitada do modelo laboviano de narrativa oral"

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Fiorindo, Priscila Peixinho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-15122005-141613/
Resumo: Partindo da idéia de que não há oposição fundamental entre explicação e narração, pois ao contar uma história explicamos e, ao explicar, legitimamos o caráter memorável daquilo que contamos, elegemos como objeto de estudo a relação entre compreensão e produção de histórias orais em seis crianças, de cinco anos, de ambos os sexos, observando o papel da avaliação (Labov, 1972), bem como para identificar a articulação dos processos narrativo/explicativo presentes nas produções infantis. Para tanto, propomos uma análise de narrativa, a partir do modelo apresentado por Labov, mas procedendo de modo diferente do autor, uma vez que ele se ocupou das narrativas de experiências pessoais, onde os locutores se preocupam em reconstruir, até em reviver fatos de seu passado. Nesta perspectiva, adaptamos este modelo de narrativa com o olhar voltado para as histórias orais elaboradas pelas crianças. De acordo com o autor, a avaliação é um dos elementos estruturais da narrativa que tem por finalidade comunicar ao ouvinte o ponto de vista do narrador em relação à história por ele narrada, ou seja, a função avaliativa diz respeito à necessidade que tem o locutor de manter o interesse do interlocutor durante a narração. Considerando que é nosso objetivo estabelecer uma relação entre o narrar e o explicar com base no procedimento da avaliação (Labov), nos apoiamos em alguns autores (Hudelot et al. Veneziano, Halté entre outros) que tratam da explicação. Segundo Hudelot et al. (2003), o termo 'explicação' remete a um universo de sentidos, pois para explicar o significado de uma palavra ou de uma ação, é necessário analisar o contexto e o sentido da mesma, de modo que seja possível torná-la inteligível para o interlocutor. Leclaire-Halté (1990) afirma que a explicação, em textos de ficção, surge quando há um problema que deve ser resolvido. Assim, observamos e contrastamos duas situações: (a) produção de histórias orais a partir de desenhos feitos pelas crianças; e (b) a produção de narrativas a partir das histórias lidas pela pesquisadora, apoiando-nos para isso em autores que tratam tanto da comunicação verbal, como da comunicação não-verbal. As conclusões confirmam que, embora as histórias elaboradas nas duas situações apresentem características distintas da linguagem oral e escrita, ambas mantêm em comum a articulação do explicar e do narrar.