Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Carda, Ana Paula Possebon |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-22032022-151922/
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Resumo: |
A unidade de terapia intensiva (UTI) é um setor hospitalar destinado a prestar atendimento a pacientes graves e de risco. Em UTI diversos medicamentos de ação central são utilizados. O uso de múltiplos medicamentos se torna um desafio em pacientes em UTI. Nesse contexto, o termo polifarmácia é amplamente utilizado para descrever o uso simultâneo de cinco ou mais medicamentos e, quando há uso de dez ou mais medicamentos, é utilizado o termo polifarmácia excessiva. O risco de efeitos adversos aumenta na proporção em que há aumento do número de medicamentos assim como elevado risco de interação medicamentosa (IM), ou seja, influência (sinérgica ou antagônica) que um fármaco exerce na ação de outro. A função renal de pacientes internados em UTI é outro aspecto relevante, já que os rins desempenham papel fundamental na eliminação de fármacos. Assim, o conhecimento técnico científico do enfermeiro e da equipe multidisciplinar é de extrema importância para garantir a segurança do paciente. O objetivo do estudo foi analisar e classificar a polifarmácia excessiva, interações medicamentosas potenciais e condição metabólica e de excreção (função renal) de pacientes internados em UTI que fazem uso de fármacos de ação central e demais fármacos. Trata-se de um estudo descritivo, observacional e transversal. Foi utilizado análise descritiva e de regressão logística. Foi identificado polifarmácia excessiva em grande parte da prescrição médica no primeiro dia de internação e houve associação com o desfecho alta e óbito, assim como com níveis glicêmicos elevados no primeiro dia de internação. Os fármacos prescritos que apresentaram maior frequeencia de IM foram para o sistema digestivo e agentes anti-infecciosos. Pacientes que utilizaram fármacos para o sistema cardiovascular, que interagem com outros fármacos, tiveram mais chance de ir a óbito. A via endovenosa foi a mais utilizada para administração dos medicamentos no primeiro dia de internação tendo diminuído no último dia. As chances de polifarmácia excessiva para o sexo masculino diminuíram quando não houve IM grave com medicação por via endovenosa. Houve correlação positiva entre IM com polifarmácia excessiva no último dia de internação. IM grave foi a mais encontrada, assim como evidência científica regular e tempo de início não especificado, seguido de tardio. Houve associação entre IM moderada com aumento dos níveis plasmáticos de ureia, creatinina e potássio. A regressão logística mostrou que pacientes entre 40 e 59 anos tem mais chance de evoluir à óbito do que pacientes entre 18 a 39 anos, e que os do sexo masculino tem menor chance de polifarmácia excessiva. Concluímos que, em UTI, há elevada ocorrência de IM potencial e polifarmácia excessiva em pacientes que fazem uso de fármacos de ação central. A correlação de polifarmácia excessiva e hiperglicemia indica que a associação de vários fármacos pode causar alterações metabólicas que estão associadas à danos ao organismo. A polifarmácia associada com aumento das concentrações plasmáticas de ureia e creatinina sugere que ela pode ser causadora da disfunção renal ou pode colocar o paciente em risco, visto que a eliminação não adequada de fármacos pode elevar suas concentrações plasmáticas sendo potencialmente perigosa. |