Estudo das interações medicamentosas potenciais na terapêutica de pacientes com doença renal crônica em tratamento conservador

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Marquito, Alessandra Batista lattes
Orientador(a): Paula, Rogério Baumgratz de lattes
Banca de defesa: Magalhães Manfrini, Rozângela lattes, Noblat, Lúcia de Araújo Costa Beisl lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/1185
Resumo: INTRODUÇÃO: Nas últimas décadas, o número de pacientes com doença renal crônica (DRC) em todo mundo tem aumentado, ocasionando um grave problema de saúde pública. Os principais fatores de risco para a DRC, além de transplante renal prévio e história familiar de terapia renal substitutiva, são o diabetes mellitus (DM) e a hipertensão arterial (HAS). A essas duas condições potencialmente graves, acrescenta-se o fato de que essa população é constituída predominantemente por indivíduos da terceira idade, que utilizam diversos fármacos, necessários para a abordagem dos fatores de riscos associados à doença, bem como na tentativa de retardar a evolução da doença para estágios mais avançados. Assim, renais crônicos possuem alto risco para a ocorrência de interação medicamentosa (IM), que constitui uma causa de problema relacionado ao medicamento (PRM). Contudo, a extensão e a frequência da IM não têm sido exploradas no processo de uso dos medicamentos desse grupo de indivíduos. OBJETIVO. Identificar potenciais interações entre medicamentos prescritos a renais crônicos em tratamento conservador e fatores associados a sua ocorrência. MÉTODO. Estudo observacional transversal, com análise de 558 prescrições. O potencial interativo dos medicamentos foi traçado tendo como suporte a base de dados MICROMEDEX®, software que disponibiliza farmacopéias conhecidas internacionalmente. RESULTADOS. Houve predomínio de indivíduos do sexo masculino (54,7%), idosos (69,4%), no estágio 3 da DRC (47,5%), com sobrepeso e obesos (66,7%). As comorbidades mais prevalentes foram a hipertensão arterial sistêmica (68,5%) e o diabetes mellitus (31,9%). Interações medicamentosas potenciais foram detectadas em 74,9% das prescrições. De um total de 1364 IMs detectadas, 229 (16,8%) foram de gravidade maior e 5 (0,4%) contraindicadas, com necessidade de intervenção imediata. Interações de gravidade moderada ou menor foram identificadas respectivamente em 1049 (76,9%) e 81 (5,9%) das prescrições. Observou-se que a probabilidade de ocorrência de uma IM aumentou em 2,5 vezes para cada medicamento adicional (IC= 2,18-3,03). Obesidade, diabetes, hipertensão e estágio avançado da DRC foram fatores de risco fortemente associados para ocorrência de IM. CONCLUSÃO. A associação de medicamentos em indivíduos com DRC relacionou-se com alta prevalência de IMs potencialmente graves, especialmente nos estágios mais avançados da doença.