Efeitos diretos e indiretos (via preços relativos) de choques cambiais e monetários sobre o PIB da agropecuária e sobre sua participação no PIB brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Machado Neto, Pedro Augusto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
VAR
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-04052020-152618/
Resumo: O objetivo geral deste trabalho é avaliar se variações da taxa de câmbio e da taxa de juros básica da economia (considerados como choques cambiais e monetários, respectivamente) afetam o desempenho da agropecuária e/ou sua participação no PIB brasileiro, e, se afetar, de que forma isso acontece. Separa-se a análise em efeitos diretos desses choques sobre a agropecuária e em seus efeitos indiretos (primeiro sobre os preços relativos e desses sobre o desempenho da agropecuária). Utilizando dados trimestrais para o período de 1996-2016 e os modelos de Vetores Autorregressivos (VAR e VEC), esses efeitos cambiais e monetários foram analisados considerando três conceitos diferentes de taxa de juros, a saber: SELIC nominal, taxa de juros real do crédito rural, e taxa de juros real ex-ante. Também analisou-se o efeito da taxa de câmbio separadamente sobre preços pagos e recebidos pela agropecuária (ambos compõem os preços relativos da agropecuária) por meio de um modelo ARDL (Modelo Autorregressivo de Lag Distribuído) e usando dados mensais. Encontraram-se evidências de que uma mudança da estrutura produtiva da agropecuária brasileira nas últimas duas décadas, ao torná-la mais dependente de insumos importados, em conjunto com uma maior sensibilidade dos preços pagos à variação cambial do que os preços recebidos, fez com que a variação cambial tivesse um efeito de piorar os termos de troca da agropecuária, de forma que os efeitos cambiais direto e indireto tivessem sinais opostos e, em termos líquidos, eles tornaram o efeito da taxa de câmbio dúbio sobre o desempenho da agropecuária (é difícil saber se o efeito direto ou o indireto prevalece) e nulo em afetar a participação dela no PIB brasileiro. Com relação aos choques monetários, tem-se que tanto o seu efeito direto quanto o seu efeito indireto são negativos sobre o desempenho da agropecuária. A análise de decomposição da variância para a participação da agropecuária no PIB revelou que apenas 17% da variância do erro era devida às variáveis explicativas do modelo (juros, câmbio e preços relativos), o que permite concluir que o contexto macroeconômico tem um papel pequeno em comparação com as variáveis estruturais para definir a participação do setor agropecuário no produto.