Choques monetários e tecnológicos e as flutuações cíclicas na economia brasileira
Ano de defesa: | 2011 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Economia e Gerenciamento do Agronegócio; Economia das Relações Internacionais; Economia dos Recursos Doutorado em Economia Aplicada UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/137 |
Resumo: | Os modelos de ciclos reais de negócios enfatizam os choques reais como forma de explicar o comportamento do ciclo econômico, no entanto, em economias como a brasileira, onde as crises econômicas mais recentes tiveram origem em instabilidades monetárias, os choques nominais podem exercer grande importância na explicação das flutuações econômicas. Neste contexto, o presente trabalho buscou examinar a relevância dos choques tecnológicos e monetários sobre os ciclos de negócios da economia brasileira no período entre 1980 e 2009 e no subperíodo entre 1995 a 2009. Para introduzir os fatores nominais nos modelos de ciclos reais, usou-se um modelo que considera que a moeda e sua manutenção geram utilidade aos agentes econômicos, o modelo money-in-the-utility function (MIU). Foram simuladas diversas economias artificiais, as quais permitiram identificar a forma e o padrão de como os ciclos de negócios respondem aos choques tecnológicos e aos monetários. Para tanto, denominou-se de economia-padrão a economia artificial somente com a introdução de choques tecnológicos, e de economia monetária, a economia com a introdução dos choques tecnológicos e monetários. Quando simulada a economia-padrão, os resultados obtidos foram aderentes aos fatos estilizados da economia brasileira em ambos os períodos analisados, porém somente para as variáveis macroeconômicas reais, o que corroborou a necessidade da inclusão dos choques monetários. A simulação da economia monetária provocou ajustes significativos no desvio-padrão e na correlação dos saldos monetários reais e da taxa de inflação, de forma que suas propriedades cíclicas se aproximaram daquelas encontradas pelos fatos estilizados, porém não ocasionou efeitos expressivos sobre a taxa real de juros e a taxa nominal de juros em ambos os horizontes de tempo analisados. Complementando, com o objetivo de verificar a consistência dos choques nominais, foi simulada uma economia monetária com choques tecnológicos associados a diferentes níveis de choques monetários, por meio da qual foram obtidos resultados que indicaram correções importantes na dinâmica dos agregados macroeconômicos, com a volatilidade dos juros nominais elevando-se, contudo, sendo, ainda, significativamente inferior aos dados característicos da economia brasileira, o mesmo ocorrendo com a taxa real de juros. Contudo, as simulações da economia monetária foram ligeiramente mais aderentes aos dados característicos da economia brasileira quando analisado o subperíodo entre 1995 e 2009. Isso se deveu ao fato de as variáveis nominais apresentarem melhor ajustamento e as variáveis reais responderem de forma mais expressiva ao choque monetário, o que não foi verificado nas simulações da economia monetária para o período entre 1980 e 2009. Esses resultados indicaram que as variáveis reais tendem a ser mais sensíveis a mudanças não antecipadas nos agregados nominais em períodos de estabilidade macroeconômica. Deste modo, os resultados alcançados forneceram conclusões de que a introdução dos choques monetários foi importante na explicação dos ciclos de negócios da economia brasileira, embora o efeito sobre a volatilidade das variáveis reais tenha sido de pequena magnitude. Portanto, ao considerar os choques tecnológicos e monetários como parte da estrutura econômica, pôde-se melhor identificar os efeitos da dinâmica econômica, os quais, anteriormente, eram atribuídos apenas aos choques tecnológicos, mas que são, de fato, gerados por outros tipos de distúrbios. |